segunda-feira, 25 de março de 2024

Brevet 400 misto Salesópolis

E vamos para mais um desafio do RMC!!!!!

Brevet 400 km misto (asfalto e terra)

Altimetria: 6.000 mts

tempo máximo: 27 horas

desafio auto suficiente 

PC1 - km zero ao km 98: Vargem Grande em Natividade da Serra

Fui de carro até a largada, que fica no Hostel Salesópolis, sempre bem atendido e com todo o apoio ao ciclista.

Cheguei pelas 4:40, vi o pessoal dos 600 km largar e fui me aprontar, larguei as 5:30, junto com o Ricardo G. e Helena C., seguimos sentido a rodovia dos tamoios, 100 % asfalto por uns bons 50 kms (o que está acontecendo com o RMC?), mas, logo veio a chuva e o cenário começou a mudar "um pouco". Entrei no "Inferno de Vargem" e logo recordei do BMB que fiz, outro cenário (chuva intensa, noite, frio, fome e cansado), desta vez com pouca lama mas muitos buracos (tachos cheio de água) e valetas, até eu bater a roda e entortar um pouco o aro traseiro, em pouso alto parei para ver melhor a roda, parecia ter esvaziado mas não, era psicológico, acho, rs...então comi meus sanduiches e fini ali na padaria e segui adiante (8h), pude desta vez apreciar melhor o caminho, com luz e a natureza  presente em todos os lados, chegando no bairro alto (9h), aquela foto de praxe, da casa de festa by CXC, e segui até o PC1, a bicicleta era só barro, pedimos com gentileza e conseguimos uma mangueira e escovão, bike lavada e óleo na corrente, mudou o cenário, para melhor, pois a chuva havia ficado para trás também. Selfie feita (10:44), sanduiche de presunto e refri OK. Fui (11:15)

PC2 - km 150: Bar do Dorfo em S.L.P (20 km do centro)

Daqui para frente o sol era pra cada um, sempre reclamamos do clima, rs, faz parte, rs...a meta era chegar em São Luiz do Paraitinga (SLP), pegar um almoço raiz, local, típico, saboroso, mas a realidade do ciclista cheio de lama no corpo, bike imunda e cara de louco, o que restou foi um belo pão com ovo e presunto na lanchonete que nos acolheu, pois o restaurante self-service da pracinha não foi acolhedor. Essa pausa foi boa para lavar a cara, hidratar o corpo e a corrente da bike e esticar as pernas para então seguir até o próximo PC. A saída foi quase 100% asfalto, mas não quer dizer que não tinha subida, então chegou o PC, tomei um sorvete de morango, lavei a cara e estiquei as pernas, neste momento não me sentia tão bem, talvez pelo calor e a alimentação não estar indo bem, comi barra de proteína até aqui, finis, sanduiches. Selfie feita e segui (14:41).

PC3 - km 199: Ponte Paraíba do Sul em Moreira Cesar

Bem, como dito, eu não estava na melhor forma, fui baixando o ritmo e avisei o Ricardo G., ele estava andando em alguns trechos comigo, e estava bem demais, fui solo assim que chegaram as subidas, e eu já gerenciando minha energia. Apenas 49 km separavam os PCs, poucas subidas, só que não, um trajeto até que conhecido por passar pelo bar amarelinho, e agora estão preparando para asfaltar, até reclamei no bar, kkkk, mas era um trecho liso de rodar, "logo" cheguei na ponte, perguntei ao pescador se era a ponte certa para confirmar, no gps estava certo, rs...sim, então selfie feita (17:26) e segui adiante.

PC4 - km 276: Bar do Mineiro em Caçapava

Da ponte até o Bar, já estava anoitecendo, final de tarde, a estrada de terra era com bastante cascalho grande em alguns trechos, a média da velocidade caiu muito, kkkk, e teve uma entrada que eu passei direto, o gps recalculou e eu fiquei confuso, fiquei ali uns 20 minutos pra me localizar, erguendo o celular pra pegar sinal e acessar o mapa, via carros passando na rota paralela e vi no mapa que havia asfalto na rota e que estaria perto, então voltei, abordei um motociclista e confirme, assim o gps voltou a mostrar a rota e fiquei tranquilo, eram 2 kms até o asfalto e seguir adiante na rota, uffffaaa, mas perdi tempo ali. Na estradinha de via simples já foi necessário acender as luzes e vestir o colete refletivo. Ah, sobre a energia, em alguns momentos eu estava bem e outros nem tanto, nesta estrada eu via alguns locais prováveis para comer, mas eu ia passando, pois não estava bem para comer, ainda tinha barra de proteína mas o estomago recusava, então fui seguindo, logo estaria na rodovia floriano e apostava nos locais aberto por volta das 19hs, e nada, então vi um motel ali em Tremembé, consegui comprar suco de limão,  refri e água, deitei na grama e ergui a perna, tentei descansar mas os insetos não deichavam, voltei a pedalar, após sair da rodovia um pouco de asfalto e logo veio a terra, e mais à frente encontrei a Helena C. e outro ciclista em um armazém, ali consegui comprar um salgadinho "tipo ruffles" e um suco "não natural", tentando hidratar com gosto diferente de água (que não tem gosto, mas com terra vai ter gosto sim) e comer algo com sal e com gordura, rs...ali fiquei uns 20 minutos, saí com a Helena C., e chegamos no bar do mineiro, lá eu comi fini com água, nada mais era aceito no estomago, a energia estava bem baixa mesmo, cada subida era um desafio dentro do próprio desafio! Selfie feita (22:20) e toca adiante!

PC5 - km 342: Frango Assado em Jacareí

Saindo do Bar do Mineiro andei um pouco mas estava com certa dificuldade, parei em um ponto de ônibus para descansar, os demais ciclistas seguiram, acho que fique uns 20 min, voltei a "empurrar" a bike pois já era uma subida após o ponto, depois montei na bike e fui indo, teve um outro momento que parei para deitar e erguer as pernas, era para ser um cochilo de 20 minutos, mas os bichos estavam me atacando, resisti o quanto pude, mas perdi, então, empurra bike pois era uma subida novamente, fui gerenciando tudo mas a vontade de chegar e comer aquela coxinha de mil calorias ao custo de 12 parcelas de 1R$ era meu sonho, cheguei! Cheguei e vi os outros ciclistas e fiquei feliz por ter chego e estar ali, logo me acomodei em um cantinho que ele tem, tanto para ciclistas como para pets, não sabia onde eu me encaixava, kkkk, fui ao banheiro, lavei a cara e respirei, peguei a tão sonhada coxinha, todinho, pois não tinha YoPro, Redbull de água de coco com açaí e sentei lá fora para respirar e comer com calma, pera, comer não rolou do jeito que eu gostaria, foi 50% da coxinha tipo papinha, só para o corpo e a mente contabilizarem, os ciclistas chegavam e partiam, fiquei até o último momento e fica sozinho, já era de manhã (4:02). Ah, a selfie como protocolo e fui!

PC6 - km 388: N.S.Remédios em Salesópolis

Saindo do PC5, o desafio era achar a trilha ao lado do posto, mas com calma foi, logo saí no asfalto e me sentia bem, talvez o energético tenha ajudado, rs...fui indo e indo, logo avistei dois ciclistas, era minha meta chegar neles para ter um ritmo para brevetar, juntei a eles em uma subida e fiquei por alguns kms acompanhando, o trecho era bom, asfalto e praticamente plano, mas quando chegou a subida da Pedra Montada em Guararema já fiquei pra trás, devagar e subindo, fazendo cobrinha mas foi, pois sei que empurrar é pior, e o sol estava já pegando na testa, óculos sujo de terra e suor, mas era o conforto para a vista, adiante um pouco de terra, mas nada absurdo, cuidado com o que comenta, pois o RMC pode ver, rs, bem, seguindo adiante e nas subidas da vida consegui enfim chegar ao PC, desta vez não fiz selfie, me confundi procurando uma placa e na verdade era a foto da igreja, mas também é válido comprar algo no local e guardar o comprovante, assim tem horário e local para confirmar a passagem, pois parei em uma lanchonete bem em frente à igreja, PC validado e ali tomei um refri e peguei uma água!! Fui!

Chegada - km 402: Hotel Salesópolis

O incrível é que só faltariam 14 km, tudo asfalto, mas fazendo um drama aqui, rs, fui para os kms finais fazendo contas, pois eu tinha 1:30 para fazer esses kms, e sendo bem pangaré (um dos meus apelidos), se eu pedalasse a 15 km/h eu já brevetaria, mas não sou louco de apostar minhas fichas e dar sopa para o azar, além de refletir tudo que eu superei eu não iria no modo zen, eu fui no modo padrão plus, ou seja, onde dava eu acelerava, nas subidas fazia o padrão e assim fui tocando até o final, já conhecia o caminho e ia contando curvas e subidas. Ufa, cheguei, cheguei e deitei no chão para oxigenar o cérebro e baixar a adrenalina. Após me recompor, é hora de apresentar as selfies e o comprovante, para então brevetar oficialmente!


Zero problema com a bike, tudo funcionando.
GPS deu uma bugada, não carregou os pontos de PC e PA
Sem assaduras
*Joelho tentou apitar = revisar o aperto ou desgaste do taquinho
Sem emoção não tem estória! 
#TFTV 
#RMC


fotos:

PC 5

PC 2

ponte pencil, parte do trajeto

7
PC1

Bairro Alto


cheguei e deitei, me comunicando com o mundo!!! rs



Antes da largada



Guia de PA e PC




terça-feira, 20 de fevereiro de 2024

Brevet - Randonneur - RMC 300 misto de Guararema - Jan/24

Confesso que eu não me preparei para este desafio, fui na coragem, não faça isso em casa, rs. mas era a oportunidade de iniciar o desafio dos mistos, e já cumprir uma etapa de 4 distâncias (200, 300, 400 e 600), fui!

Este Brevet de 300 km tem o tempo limite de 20 horas, e é auto suficiente, sem apoio algum, você se organiza com tudo, os organizadores disponibilizam o gps/gpx, as instruções e monitoram a largada e os pontos de controle (por foto/selfie), e esse é o barato do desafio! 

Brevet Guararema 300 km misto, um pouco mais de detalhes:

5.000 de elevação
Terreno misto, asfalto e terra
Bicicleta: trek check point aluminio
Pneu: panaracer slk 42mm
Grupo shimano GRX 48/31 - 11/40

Por ser nas proximidades de São Paulo, acordei cedo, tipo 3:30 da manhã e fui dirigindo, tomei um copinho de café na largada, apenas, e larguei as 5:40 após liberação da vistoria dos itens obrigatórios.

Pc1 - Salesópolis (km38),  larguei as 5:40, com pouca chuva, o início em asfalto, no km 15 meu pneu traseiro esvaziou, senti em uma subida, o tubeless foi renovado na última revisão, e eu havia baixado a pressão antes de largar, pois imaginei estar com pressão muito alta, bem, tive que encher novamente e selou o vazamento , segui adiante, o primeiro trecho só asfalto e subidas, chegando na padaria JH, tirei a selfie e pedi um salgado e segui, logo adiante parei para apertar o cadarço da sapatilha, pois percebi que o pé direito estava "sambando" no pedal e se persistisse sabia que o joelho iria doer, e segui para o trecho do pc2, onde adiante já pegamos terra após o restaurante Nhã Luz.

Pc2 - Paraibuna(km 70.9), para chegar aqui, bastante terra, lama e bike escorregando, subidas fortes iniciaram com o desafio de subir pedalando e não patinar, e na descida tentar seguir sem escorregar e cair, os freios gritavam alto, de verdade (pastilha metálica é assim), a chuva era fraca mas suficiente para manter o corpo úmido, a vista da região era linda, paisagens de fundo de tela, pássaros cantando, era cedo ainda. Perto de chegar ao PC, errei um trecho de acesso e rodei 6 km a mais (ida/volta), mas cheguei embaixo de chuva na padaria pão perfeito, tirei a selfie e pedi salgado e bebidas na porta, pois entrar cheio de lama na padaria seria deixar rastros de lama, sacanagem com o pessoal da limpeza, mas fomos bem atendidos! Não demorei muito e já sai sentido pc3 com mais dois Randonneurs, na chuvarada mesmo, e a bike já estava um nojo, rs.

  • Pc3 - Lagoinha (km 156), um pouco de asfalto para refrescar o pedal, mas claro, a terra estava ali esperando, barro, lama e subidas, bela combinação de problemas, o câmbio dianteiro travou de tanto barro, a corrente gritava, lama e chuva a lubrificação acabou rapidamente, e então com 100 km ouço um barulho, quando inspeciono a bicicleta eu encontro um raio quebrado, o que fazer? Havia levado a chave de ferramentas e tentei resolver, pois o pneu estava pegando no quadro e travando, logo fiquei sabendo que o PA (ponto de abastecimento) O Pescador, estava perto, segui até lá do jeito que estava, chegando lá, pedi um salgado e bebidas, o pessoal lavando as bikes, a chuva estava dando trégua aqui, lavei a bike, liguei para um amigo e pedi instrução de regulagem dos raios para compensar e centralizar a roda, afinal tinham 200 km adiante, fiz o que pude, não ficou bom! Lubrifiquei a corrente e sai pela estrada, o barulho incomodava, e roubava energia, adiante o trecho era de terra, entrei e parei no ponto de ônibus coberto, decidi sair dali só com a centralização feita, com calma consegui ajustar, então voltei para a terra com calma e observando, até que percebi estar sem problemas mas cuidando para não bater em buracos,  cheguei em São Luiz Paraitinga, peguei hidratação e sai, asfalto, ufaaa, com calma segui e cheguei no PC, foto, padaria pra comer esfihas, hidratar e descansar um pouco, mas rápido claro, sai depois de um grupo.
  • Pc4 - Placa 7 Voltas (km 179), saindo do PC 3, logo entramos na terra, mais batida, sem tanta lama, a bicicleta já não respondia todos os comandos direito, fui administrando, muita coisa acontecendo, comer, beber e cuidar da bici, ah, e o tempo, afinal 20 horas pra fechar esse desafio, cada parada conta contra você mesmo! Seguia, onde dava eu conseguia andar melhor, com pista mais estável já deixava a bici evoluir mais e o freio gritar menos, assustava ouvir o freio acionado, sério, parei no PA Amarelinho, rachei uma tubaína com a Helena Coelho e seguimos (a conheci ali e andamos alguns trechos, normal nestes desafios), um trecho de asfalto ajudou a chegar na placa, já estava escuro, foto zumbi tirada e segui, mais adiante, mesmo cuidando, outro raio estoura, dobrei o raio, o pneu voltou a pegar no quadro, mas sem tempo e energia, segui, pedalei em pé e inclinando o corpo para frente para aliviar peso e pressão na roda traseira, muitos kms assim na terra e em asfalto ruim, até chegar na rodovia Carvalho Pinto, mais liso e puder pedalar sem tanto stress, agora é seguir até o pc5, ufaaa.

Pc5 - Portal Santa Branca (km 277), para chegar aqui, na rodovia seguia a noite, com todas as luzes ligadas e colete refletivo, gerenciando energia e tempo, sabia que o asfalto ajudaria, mas as subidas estavam lá, sem vento pra ajudar ou atrapalhar, a meta era seguir, mas o sono bateu, fiz pequenas metas, pegar água no posto Olá, Check, energia do corpo no fim, meta Posto Frango Assado, Check, comi hambúrguer, sunday de morango e soneca de 10 minutos ao relento, segui, segui e segui, renovei as forças e o sono sumiu, na entrada para Santa Branca já fiquei mais feliz, contando subidas e o portal chegou, foto zumbi 2, e segue...


Pc6 - Guararema (km 300 - final), no portal, encontrei novamente a Helena, e vi que para a chegada iria pegar trecho de terra, pela memória do local, só que não, asfalto novo onde era terra, delícia, ufa, mas não seria fácil, o relógio não perdoa! Fui gerenciando tempo, força e a bici, pois o pneu seguia raspando no quadro, ansioso a cada curva e mini subidas, estralos na bici, corpo judiado, esticava e alongava para tirar o stress do corpo, barro em tudo, e a meta da chegada estava cada vez mais perto, últimos kms e acelerei, ia ser na régua, no laço, cheguei com 10 minutos de sobra, foto zumbi 3, apresentei minhas selfies para homologar o Brevet, e deitei no banco de madeira lá no fundo da pousada, o corpo não tinha alma, a pizza chegou mas a fome era inibida pela ansia, demorei um pouco para voltar a si, banho e um pedaço de pizza com coca, foi a conta, bora dormir e recuperar, até a próxima com #RMC #TVTF

Tive a oportunidade de rever amigos e fazer novos amigos, esses brevets são fantásticos, agradeço aos amigos pela torcida. Feliz em estar com este grupo! Parabéns a todos pelo desafio!!


encontre o erro, rs


não parece muito, mas é o troféu da conclusão do desafio pessoal


pc 5 - cara de acabado mesmo
pc4 - placa 7 voltas a lá zumbi


pc3 - Lagoinha

Aqui o primeiro raio, no bar do pescador

registro da chuva e lava em Paraibuna

pc2 - Padaria Pão Perfeito

pc1 - Salesópolis


terça-feira, 20 de dezembro de 2022

Across Andes 2022 - Chile , Araucania, Melipeuco, Los Pioneros

Across Andes 2022 - Chile , Araucania, Melipeuco, Los Pioneros

Esta prova de ciclismo é daquelas que são longas e em modalidade auto-suficiente, alguns amigos já haviam feito e compartilharam boas experiências, e é normal ter a vontade de ir e fazer, tanto pelo desafio quanto por conhecer o país, as pessoas, a cultura e por se desafiar e criar uma rotina gradual de treinos para chegar bem neste desafio. Eu fiz a inscrição para a edição de 2021, mas pela situação da COVID-19 não pudemos viajar e então transferi para 2022, assim como a maioria dos estrangeiros. 

O ano de 2021 para mim não foi o ideal para treinos, tive muitos compromissos pessoais e então não me dediquei o quanto eu queria ou deveria, porém consegui fazer o mínimo para chegar nesta prova em condições de terminá-la. Fui em dupla, sendo minha primeira experiência com um amigo, pois já fazíamos alguns Brevets juntos e até de certa forma fizemos o Bikingman Brasil 2021 com ritmo parecido pois acabava se encontrando em alguns trechos e paradas, também passando perrengues juntos, e então veio este convite de ser dupla com o Cesar Pupo. 

Bem, como preparação consegui fazer alguns treinos dois meses antes da prova, e que não eram regulares, 2 x na semana: pedal de até 50 km com intervalados (ritmo z4/z5/z3), 1 x final de semana: pedal de 50 km com altimetria e ritmo z3/z4. Desta vez não conseguir fazer Brevets como preparação, o único que consegui realizar e concluir foi o RMC Cruzeiro de 600 km asfalto faltando pouco menos de um mês para a prova, era o momento de testar o fit e o equipamento, pois fui com a mesma bicicleta que fiz o AA, porém com pneus lisos de 30 mm, mas fui com carga próximo ao que iria levar ao Across Andes, consegui brevetar antes das 40 horas. 

Voltando ao Across Andes, viajamos dia 24/11, o check in das bikes e itens obrigatórios ocorreu na véspera da largada, dia 26/11, a largada dia 27/11 - Domingo as 6am em pelotão com 10 km neutralizado pelo carro madrinha, uma grande festa! Aqui tentarei resumir os dias, foram 4 dias e 12 horas de prova, sendo que o tempo máximo para conclusão seriam de 6 dias, um grande desafio para todos os participantes! 

total kms: 1.030 km
total altimetria : 13 mil
total PC : 3  (km 253 Cunco / km 527 Huilo Huilo/ km 789 Toltén)
total dias: 6 dias e 12 horas

concluímos em 4 dias e 12 horas

Dia 1 - 212 km (27/11)

Largada com tempo bom, uns 15 graus, saímos em pelote e com escolta pelo carro madrinha por 10 kms e no asfalto, depois já pegamos subida com gravel, pedriscos soltos e areia fofa, o pneu afundava e já era o primeiro desafio se manter na linha mais adequada para aderência dos pneus, lembro de ter errado algumas escolhas/linhas e acabei desclipando, mas logo voltava para a linha e chegava no meu parceiro, o sol logo apareceu e esquentou bastante, pegamos 40°, depois entramos em uma região mais isolada de recursos/povoados, tivemos que administrar água e comida, a meta era chegar o PC1 com 253 kms, mas decidimos parar antes para comer e dormir bem pois já era tarde e no dia seguinte seguir bem, alguns trechos de gravel com areia bem fofa nos segurou no ritmo, mas em locais com asfalto novo conseguimos recuperar uns kms e tempo, foi um dia de adaptação e reconhecimento dos terrenos, clima, comida e hospedagem, que em alguns locais é preciso insistir ou abordar da forma correta para conseguir, ainda mais sendo estrangeiro é algo desafiador pois a pessoa precisar confiar em "estranhos" com culturas desconhecidas, e o importante é ter o dinheiro em papel, para já negociar e pagar adiantado. O desafio foi deixar as bicicletas na garagem, embora coberta e escondidas, prendemos os capacetes nas rodas para eventual barulho se algo acontecesse. Depois ficamos sabendo que mais dois ciclistas haviam chegado para se hospedar ali também, compartilhando a garagem e toda a estrutura da casa da senhora que nos recebeu. Jantar, banho, carregar os eletrônicos e dormir! 

Velocidade 16,3km/h 81,1km/h 
Frequência cardíaca 122bpm 193bpm 
Cadência 63 110 
Calorias 7.982 
Temperatura 25℃ 
Tempo decorrido 22:23:32 
https://www.strava.com/activities/8198376885 

Dia 2, parte 1 - 50 km (28/11)

Após um bom café da manhã em Cherquenco, muito ovo, pão, geleia, café solúvel e suco, onde dormimos após ter um belo jantar com macarrão e salsichas, um enorme prato, voltamos à estrada de asfalto mas em apenas alguns kms o gravel apareceu e era uma grande subida, parte íngreme e parte tranquila, paramos algumas vezes para repor água dos rios que passavam nas laterais e também para comer alguns lanches, seguiamos até a meta que era o PC1 em Cunco (total 253 km), chegamos bem lá (dia 28 - 9:43am), carimbamos, limpei a corrente da bike com os produtos que estavam ali no PC, ficou bem limpa e pronta para mais um dia de pedal misto, comi algums guloseimas e tomei refri no PC e saímos para comer mais, ali perto, um churrasco com abacate no trailer.

Velocidade 18,4km/h 38,2km/h 
Frequência cardíaca 115bpm 140bpm 
Calorias 1.175 
Temperatura 19℃ 
Tempo decorrido 2:46:12 
https://www.strava.com/activities/8198375211 


Dia 2, parte 2 - 159 km (28/11)

Depois de comer ali perto do PC1, seguimos adiante, sem perrengues e com clima quente, pois já eram 10 e pouco da manhã, o protetor solar sempre na mão pois o sol ali queima de verdade. No caminho pegamos um grande trecho de asfalto com sombra e vento a favor, rendeu bem até entrar na parte do gravel, terreno bem seco e com bastante poeira, tínhamos que pedalar por algumas linhas para render e não desgastar o corpo, vezes eu ia na mesma linha do Pupo e vezes ia paralelo, tentando encontrar a melhor condição de pedal, também tinha muita costela de boi (washboard), que fazia a bicicleta pular bastante, mas tínhamos que seguir sem desculpas, rs, bem, decidimos parar para almoçar /lanchar algo quente também e assim manter uma rotina de alimentação para não entrar no prego, mesmo comendo snacks ou lanches que carregávamos, o dia foi bem produtivo, tanto no pedal quanto na alimentação, paramos antes de ir para Pucón e comemos e hidratamos bem, decidimos seguir para Pucón por ser maior e ter mais opções, além de ganhar mais km no dia, a estrada de asfalto até lá foi bem rápida e o vento foi a nosso favor, chegamos em Pucón para se hospedar e jantar, a hospedagem foi razoável, um pouco de stress, mas as bikes ficaram seguras dentro da casa lá no fundo, já fazia frio a noite e no jantar não sentia fome e então eu fiquei na cerveja apenas, também não havia mais restaurantes abertos (10:30pm), depois foi só voltar para a pousada e tomar banho e dormir, mas tinha um roncador no quarto ao lado, a parede era de madeira sem revestimento acústico, rs, demorei mas dormi enfim, rs, perrengue? Não! 

Velocidade 18,3km/h 58,4km/h 
Frequência cardíaca 120bpm 158bpm 
Cadência 63 96 
Calorias 4.925 
Temperatura 24℃ 
Tempo decorrido 12:32:28 
https://www.strava.com/activities/8198374893 

Dia 3, parte 1 - 117 km (29/11)

Iniciamos o dia cedo e atrasados (5:30am, acho) mas até se arrumar e sair o pedal demorou um pouco, buscamos tomar um café no posto ali perto, pois não tinha na pousada, e depois pegar a estrada, andamos alguns quilômetros por estrada movimentada, era dia de semana, dia normal, mas é incrível como os motoristas respeitam a distância lateral, passavam até na pista contrária, sem stress mesmo. Como previsto logo pegamos trecho de gravel e isso se repetia durante o trajeto e em todos os dias, até achei bom ter essa variação de terreno pois descansava o corpo e o equipamento de alguns solavancos, e esse foi mais um dia em busca de kms e comida e a meta do dia era chegar no PC2 em Hiulo Hiulo/Neltume e conquistar os 527 km da prova, chegamos lá as 4:09pm, após uma grande escalada em asfalto, acho que uns 15 kms de subida mas que depois seria somente descer para seguir o trajeto, eu havia me esquecido que descia tanto, foi bom demais, e na descida encontrava outros competidores subindo. 

Velocidade 18,4km/h 63,8km/h 
Frequência cardíaca 116bpm 164bpm 
Cadência 61 101 
Calorias 3.072 
Temperatura 21℃ 
Tempo decorrido 8:28:32 
https://www.strava.com/activities/8198371698 

Dia 3, parte 2 - 60 km (29/11)

Após o PC2 descemos os 15 km e paramos em um restaurante para almoçar, haviam outros competidores saindo dali e então entendemos ter comida boa e preço justo e de fato comemos bem, sempre que podia pedíamos ovos, rs, depois a meta era seguir até Panguipulli, em asfalto e terra, padrão AA, seguimos margeando o lago e com lindas vistas, de vulcão, montanhas e lagos, comemos no caminho e carregamos comidas quando podia. Chegamos em Panguipulli e não era tão tarde, o caminho estava bom e encontramos outros ciclistas que também buscavam comida e hospedagem, e conversando com eles conseguimos alugar um chalé com 3 quartos, era eu de dupla e outros dois em categoria solo, porém cada um iria sair em um horário, então os 3 quartos atendiam nosso pequeno grupo, antes de ir para o chalé comemos ali perto, eu pedi frango assado com batatas, comprei no mercadinho ao lado umas gelatinas, barras de chocolate e snacks para abastecer minhas bolsas, depois foi só ir até o chalé para tomar um banho e dormir bem, não lembro a hora mas deve ter sido pelas 10pm. Mais um dia produtivo de km, comida e de sono, rs... 

Velocidade 20,1km/h 58,7km/h 
Frequência cardíaca 108bpm 148bpm 
Cadência 58 88 
Calorias 1.387 
Temperatura 19℃ 
Tempo decorrido 5:10:00 
https://www.strava.com/activities/8198370918 


Dia 4, parte 1 - 202 km (30/11)

Saímos do chalé em Pamguipulli pelas 5:30am, onde dormimos, troquei a pastilha de freio traseiro, a anterior já foi usada pra lá e eu estava freando bastante nas descidas, ainda não estava adaptado à bike e cascalho nas grandes ladeiras, bem a meta do dia agora era o PC3 em Toltén, foi um dia até que tranquilo, tomamos o café no posto de combustível ali perto do chalé mesmo, o clima estava bom pela manhã, mas estava frio e acho que 7 graus pois já saímos com blusa de pluma, após o café e com o corpo aquecido seguimos para o litoral/pacífico, entre asfalto e gravel, almoçamos beira mar (tomei 1 cerveja) e seguimos até o PC3, sem perrengues, exceto ao ter que empurrar a bike na areia negra e dourada da praia, apenas alguns metros, chegamos ao PC3 as 8:10pm e atingimos os 789 km da prova, pelo horário ainda tínhamos claridade pois escurece tarde no Chile, creio que pelas 9:30pm, ficamos ali um pouco para comer e tomar um café quente, mas este PC ficava em uma fazenda de campo aberto e recebia muito vento gelado do mar, quase tremia ali de frio, mesmo com blusa, só queria comer algo e sair e então logo partimos para a estrada, onde não tinha vento gelado, na estrada novamente era tempo de discutir o que fazer (seguir até onde?dormir em pousada? jantar?) 

Velocidade 20,0km/h 56,2km/h 
Frequência cardíaca 114bpm 147bpm 
Cadência 63 101 
Calorias 4.876 
Temperatura 16℃ 
Tempo decorrido 14:16:40 
https://www.strava.com/activities/8198370310 

Dia 4, parte 2 - 226 km (30/11-01/12)

Após sair do PC3 pelas 8:40pm seguimos pela estrada asfaltada, paramos para comprar alguma comida e bebida para hidratação e ir ao banheiro, lembro que carreguei uma empanada desde o almoço e pensava que isto seria o jantar, rs, bem, decidimos seguir adiante pois não haveria opção de hospedagem na região e os comentários era que na subida de Lastarria tinha muito trafego de caminhões de madeira no período da manhã, então fomos subir a montanha de Lastarria, acho que são uns 15 km de terra, e encontramos alguns caminhões com madeira e em alta velocidade, alguns até paravam para conversar ou reduziam a velocidade, e nós tínhamos que entrar nas valas para eles passarem pois a estrada de terra era bem estreita e o caminhões era bem longos, ali foi a noite de passar um pouco de fome, e lá se foi a empanada e outros snacks, também passamos frio mesmo com blusas de pluma, isso lá no topo da subida, e ao descer do outro lado a sensação de cansaço e frio aumentou bastante, eu estava com bastante sono, pois já batia 2am no relógio, decidimos parar para descansar ali ao final da estrada de terra e que viraria asfalto, fizemos uma fogueira no ponto de ônibus e ficamos ali até o sol sair (pelas 6am), usamos as mantas isolantes para ajudar no aquecimento do local e reter o calor da fogueira, funcionou muito bem, apaguei o fogo e então seguimos adiante para a meta final da chegada, mas até lá rolou café da manhã bem reforçado, ficamos uma hora parados e eu até cochilei na mesa, teve mote com huesilhos (um suco doce de pessego com grãos de trigo - https://g.co/kgs/Q3G1d8), e também paramos em Cunco para almoçar um lanche de churrasco bem gostoso, com mais mote e então seguir para os 36 kms finais até concluir a prova, mas seguimos com calma e em alguns pontos revezamos roda na estrada de asfalto, vezes com vento a favor e vezes contra e chegando as 6pm.

Essa experiência foi ímpar no Chile e nesta prova pude curtir bastante a cultura e o visual!!! 

Velocidade 16,8km/h 59,0km/h 
Frequência cardíaca 107bpm 157bpm 
Cadência 57 103 
Calorias 5.840 
Temperatura 15℃ 
Tempo decorrido 21:18:36 
https://www.strava.com/activities/8198369898

Acredito que fomos crescendo na prova, se adaptando às condições do terreno, clima e alimentação, embora tenhamos tido café da manhã, para para almoço de verdade e poucas vezes sanduiches e também jantar e dormir no mínimo 5 horas, foi a prova com menos perrengue que já devo ter feito nesta modalidade de ultra, o que ajuda é a experiência e por estar em dupla as decisões são discutidas e tomadas para beneficiar ambos e por isso tivemos uma prova bem tranquila.

Algumas fotos:


aqui foi a fogueira no ponto de ônibus pós subir e descer a montanha de Lastarria




power nap após a chegada, rs (6:30 pm)



power nap enquanto esperava o café da manhã, depois que saímos do ponto de ônibus
@La Pica del Maestro



Meu parceiro é um ótimo fotografo e guia turístico, rs....vlw demais!








Fotos com meu parceiro Cesar 👊

aqui paramos para ir ao wc e comer algo, após o PC3


a placa representa o desafio do terreno a ser enfrentado, rs...


PC2 - Huilo Huilo


um pouco de frio nesta manhã!


parada para hidratar e completar a água, muito calor!



parada para almoço, muitos pâes com frios e bebida!



Nossa chegada!

Cerveja e medalha garantida!!




Um pouco do trajeto, em ação, rs



#AcrossAndes
#Melipeuco
#RMC
#randonneursmogi
#velo48
#gravel
#trek
#bontrager
#ultraciclismo
#bikepacking

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

BMB 2021 - BikingMan Brasil

Suada mas está aí a medalha de finalista na mão!

Sobre o BMB 2021

Essa prova teve 1.005 km de percurso e aproximadamente 18.5 mil de elevação acumulada, sendo auto-suficiente, ou seja, você é responsável pela sua logística, alimentação, hospedagem, equipamentos, etc, não podendo receber auxílio externo, melhor dizendo, não pode ter carro de apoio ou contar com amigos e parentes no percurso para ajuda, é permitido apenas utilizar aquilo que está disponível para todos os participantes, tipo pousada, hotel, restaurante, loja de bicicleta, etc. Na regra temos o trajeto obrigatório, com 3 PC (pontos de controle) à ser realizados e que estão no trajeto, também tem horário de corte, pois pela dificuldade da prova, se você não chegar em algum PC é provável que seu tempo estoure ao final e assim não será considerado finalista, mas é permitido seguir mesmo sendo desclassificado.

A bicicleta que eu tinha no momento era a MTB da foto, preparei ela com os sacos de viagem que eu tinha e outros que fiz, improvisados, levei pouca coisa: bretelle e jersey reserva, itens de segurança (manta térmica, kit 1o socorros) e de higiêne (pasta e escova de dente, desodorante, sabonete), de reparo (remendo, cola), corrente nova e 1 power link, 2 câmaras reserva, algumas comidas (porção de recovery, gel, snacks), 2 blusas (1 de frio e 1 de chuva), 1 meia reserva, posso estar esquecendo algo na lista, mas..., coube tudo após ver e rever por diversas vezes, ao final a bike e os itens pesaram 18,5kg, ufa, nada leve para uma prova dessas.

A largada foi na 2a feira, dia 1 de Novembro de 2021 às 5 da manhã, em Taubaté, no Hotel Gran Continental, fiquei hospedado lá com a familia e diversos outros competidores, aquela vibe animada, cada um com seu desafio próprio além do desafio de completar o BMB, muito bom tudo isso!

Na véspera tivemos a reunião de briefing para falar das regras, e anti-véspera o check in para ver se estávamos carregando alguns itens obrigatórios e receber o rastreador SPOT e as placas de identificação. Tudo correu bem!

Dia da largada/ Dia 1:

Taubaté>Igaratá - 262 km

Dormi bem, fui deitar cedo! café da manhã no hotel, comi pouco mas comi bem, largamos com garoa, sem problemas, era a previsão, a largada foi em ondas, éramos uns 64 atletas, andei um pouco com os amigos até chegar na subida da serra nova de campos do jordão, depois cada um pegou seu ritmo, chegando em Santo Antonio do Pinhal eu errei o caminho por uns 50 metros, voltei e logo entrei na rota, dali em diante a chuva apertou, o trecho de terra começou, a lama estava presente, comei a ter problemas com a corrente da bicicleta, ela travava no pedivela, tive que parar várias vezes, apliquei lubrificante mas seguia com este problema, adiante muitos atletas parados, fui ver era um bar, todos tomando café, e a chuva pegando, tomei café e segui!

O primeiro dia foi bem complicado, muita chuva, pequenos problemas mecânicos mas segui.

Dia 1 do BMB, o plano era ir até o PC1 em Mogi (342 km), saímos com muita chuva, pegamos muita lama no caminho, a corrente da bike secou e a sujeira travava a corrente na coroa, parei diversas vezes para passar óleo na corrente e tentar limpar a relação, a chuva foi contínua, parei em SFX (São Francisco Xavier) para comer pão com ovo, segui adiante chegando em Igaratá pelas 22hs, encontramos uma pousada para descansar, sem jantar, embora ali perto vi alguns atletas jantando em uma pizzaria, na pousada foi tempo de lavar a roupa, mesmo tendo uma reserva guardada, revisar alguns itens na bike, colocar tudo para carregar na tomada e dormir pela 1 da manhã e acordar as 4hs para sair as 5:30h, sem café da manhã, tudo fechado;

Resumo do Dia 1:

  • 262.41km
    Distance
  •  
  • 15:26:12
    Moving Time
  •  
  • 5,420m

https://www.strava.com/activities/6228775934


Dia 2 : De Igaratá/ Mogi

BikingMan Brasil - Igaratá>Mogi - 84 km

Dia 2 do BMB - Após DORMIR em Igaratá, entre 1am e 4am, saímos sem café pelas 5hs até a próxima cidade (Sta Isabel) via asfalto, o tempo está bom, sem chuva, um pouco nublado e sol ao mesmo tempo, encontramos o Daniel Venezuela na padaria, foi o momento do café com pão de queijo e algumas resenhas, ainda levei alguns pães no bolso, seguimos adiante, logo entramos em um trecho de terra, gravel, o tempo continuava bom (sem chuva), cheguamos ao PC1 do BMB no Hotel Ibis em Mogi. Ali decidi ir até a decathlon para comprar óleo de corrente e spray desengraxante para futuras manutenções na bike, o que deu certo! Almoçamos na padaria Nsa Sra do Socorro, muita comida, e então seguimos, mas foi uma longa parada, inclusive para secar os pés, meias e sapatilha, algumas peças não secaram direito, fiquei com o pé úmido.

Resumo deste trecho, mas como chegamos cedo, partimos adiante...

  • 84.35km
    Distance
  •  
  • 4:35:56
    Moving Time
  •  
  • 1,354m
    Elevation
    https://www.strava.com/activities/6228768256

Dia 2, continuação...

Mogi>Paraty - 281 km

Dia 2 ainda do BMB- do PC1 Mogi ao PC2 em Paraty - após almoço e arrumar a bike seguimos 67 km até Salesópolis, parando na padaria para mais um café, misto quente com ovo e outras guloseímas, era pelas 16hs, decidimos seguir até Ubatuba ou até Paraty no PC2 (somando mais 280 km), logo que saímos da padaria, animados que o clima estava bom, a chuva começou, era asfalto, terra, asfalto, seguimos até o bar da Rosana com muita chuva, paramos lá para comer o que tínhamos pois já estava tudo fechado, logo seguimos até a Tamoios, noite à dentro, chuva, pneu furado embaixo de chuva, o Pupo até parou e iluminou com o farol da bike, mega parceiro, logo adiante eu tive que parar após a praça de pedágio para arrumar 2 câmaras de pneu, uma com furo e outra foi mordida pelo protetor de furo em algum downhill/descida de terra, parei em um posto/restaurante fechado (Espigão) e o Pupo seguiu adiante, chovia muito, muito frio, este momento fiquei desanimado, mas precisava arrumar minhas coisas para futuros imprevistos, fiquei 1 hora ali no escuro, saí e logo entrei no Pq. Estadual Serra do Mar, lugar sinistro, enfrentei neblina, barro, lama, argila escorregadia, grandes poças d´agua, gados na estrada, pegamos baixa temperatura e corpo úmido, foi tenso, eu ia parar para dormir em um ponto de ônibus mas uma pessoa LOCAL passou de moto e parou, não me deixou ficar ali, disse que tinha ONÇA, então segui pedalando, o Pupo tinha seguido adiante quando parei na Tamoios, o cara da moto disse que viu ele há 4 quilometros adiante e insistiu pra eu seguir até lá, ele me escoltou de moto, foram 7 quilometros de sprint na chuva, chegando no vilarejo que o cara viu o Pupo o mesmo já não estava, dispensei o cara e segui os ratros do Pupo, no boteco (Pouso Alto), o pessoal comentou sobre ele ter passado ali há uns 40 minutos antes de mim, segui adiante e sozinho, mas enfim encontrei ele, seguimos juntos na madrugada fria e chuvosa, paramos 3 vezes tentando cochilar mas foi impossível, finalmente chegamos em um bairro (inferno de Vargem) e ficamos embaixo de um telhado de bar/comércio, a gente tremia de frio, logo tirei a jersey/camisa de ciclismo, fiz uns exercicios para esquentar e pequei uma blusa seca e quente que estava guardada, bem, frio resolvido, estendi minhas roupas úmidas nas estruturas do bar, mas o sono, fome e cansaço estavam ali, ficamos 3 horas parado e a chuva comendo, esperamos o comércio abrir (+- as 7hs), comemos pão com frios, café cortesia, todinho e seguimos adiante com pouca chuva e uma capa feita de saco de lixo no corpo para manter o calor e evitar molhar tão rápido a roupa que havia secado, mas logo voltou a chover, isso funcionou bem apenas nas descidas, adiante chegou a descida para Ubatuba em asfalto após um grande trecho de terra/barro, paramos para lanchar em Ubatuba e depois seguimos adiante, meus pés estavam rachados de umidade, parei para resolver no posto da polícia rodoviária, fazia muito calor, o Pupo seguiu até Paraty, logo cheguei no PC2 em Paraty, vivo e morto ao mesmo tempo. A decisão era ficar ali para dormir e almoçar, mas limpei a bike, comprei pomada para os pés e um chinelo na promoção, maior que meu pé, mas as pousadas estavam $$$$, tomei outro café, pão de queijo, isotônico e decidi ir com o Pupo almoçar e ali me convenci a continuar e seguir morro acima para a subida Paraty-Cunha, o clima em Paraty estava bom, mas logo ao início da subida veio a chuva, foi uma noite chuvosa e difícil.


PC2 - Pousada Prisma em Paraty/RJ


foto clássica no letreiro da cidade


Na divida entre SP e RJ, daqui pra baixo é só descida #sqn

Resumo deste Dia 2, parte 2:

  • 281.63km
    Distance
  •  
  • 17:28:59
    Moving Time
  •  
  • 4,304m
    Elevation

https://www.strava.com/activities/6228757907

Dia 3, 

BikingMan Brasil - Serra Paraty>Cunha - 47 km

Tenso, chuva e muito frio, cansaço acumulado...

Hoje sei que não foi a melhor decisão, mas na hora (18hs) parecia ser, bem, foi uma súbida difícil, com muita chuva, muita inclinação, a MTB com carga na parte de trás não ajudava muito, tive que empurrar bastante a bike, a sapatilha com sola de carbono é bem rígida e não ajuda nestes casos, bem desconfortável, mas era o que tinha, chegando ao topo da serra onde é também a divida de RJ/SP, continuava chovendo e muito vento, colocamos blusas de frio e de chuva, pois subi só de jersey já que esse trecho era bem longo e a capa ia ficar úmida, bem, dali até chegar em Cunha tem bastante quilometragem (22 km), logo pegamos uma boa descida, eu tremia de frio, depois veio subida, pedalava e empurrava, o corpo estava cansado mas a meta era chegar e encontrar algum local para dormir, chegando no primeiro trevo, após mais 22 km entre ladeiras e descidas, já paramos para ver isso no celular, era umas  22:40hs, após tentar ligar para diversos hoteis, pousadas, achei no app do booking uma pousada há 2 km dali, fomos, chegamos e o proprietário se espantou, não sabia da reserva, mas nos atendeu, tomamos um suco oferecido e fomos para o quarto, banho e dormir, a ideia era dormir até acordar sem despertador, tomar café, arrumar as coisas com calma e depois partir para o dia 3, foi o que fizemos, saímos pelas 10hs da manhã, tempo já quente e corpo malhado das loucuras feitas anteriormente.

Resumo deste dia:

  • 46.53km
    Distance
  •  
  • 4:55:04
    Moving Time
  •  
  • 1,919m
    Elevation

https://www.strava.com/activities/6221355888


Dia 4, de Cunha até Queluz

BikingMan Brasil - Cunha>Queluz - 107 km

Após chegar tarde em Cunha, dormir, comer e sair pelas 9-10hs...um sol pra cada um, eu pensava que estava descansado e recuperado, SÓ QUE NÃO, sentido Campos novos de Cunha o corpo reclamava, o pedal não rendia o que precisava, cheguei à empurrar nas subidas, que antes já havia pedalado em outro evento ou treino, sentei na sombra de diversas árvores e refleti sobre a continuidade, sobre a sofrência daquele momento, uma briga do Eu com o Eu mesmo, sabia que tinha que avançar e fui no meu tempo, chegando em CNC, debaixo de um calor infernal, achei um ótimo açaí, acho que foram dois potes, fiquei largado na praça, outros atletas vinham chegando e se juntavam mas logo partiam, fiquei ali, dei uma volta na vila, comi pão, cuidei da hidratação e pelas 16hs partir, sim, demorei muito ali até entender que o corpo estava melhor, logo adiante em uma subida leve a corrente quebra, nem forcei, estava pedalando normal, mas a culpa será que foi minha? em CNC eu peguei um alicate e apertei o elo que estava torto e ficava fazendo barulho nas polias, esse ato foi a gota d´água para a corrente estourar, bem, empurrei uns 10 metros e veio uma descida, coloquei a corrente em um copo de plástico que achei na grama, desci feliz e parei ao final para montar minha oficina, lavei a corrente com aquele aerosol de desingripante que eu estava carregando desde Mogi, usei o power link que eu levei e lubrifiquei a corrente com o óleo que comprei em Mogi, subi empurrando e depois segui normal o pedal, cheguei no bairro, acho que dos macacos e encontrei o Pupo em um bar, acompanhado de outros atletas, encostei a bike no muro e o pneu furou, resultado de um downhill um pouco antes de chegar ali e a fita anti-furo mordeu a câmara, arrumei, comi e bebi ali, descansei e saímos, muita gestão de eventos para seguir adiante até encontrar um grande pelote à frente, isso já era a noite e faltando uns 15 km até o hotel graal queluz, que com calma fiz reserva antecipada lá em Cunha, aprendi e me preveni, chegando no Hotel tudo certo, hora do banho, comida e dormir, a bike estava de certa forma em ordem, não pegamos chuva neste dia, era só limpar a corrente e lubrificar...ufa....chegamos creio que as 21hs mas fui dormir pelas 23hs;

encontre o erro ....corrente quebrada!

Resumo do dia:

  • 107.45km
    Distance
  •  
  • 6:46:40
    Moving Time
  •  
  • 2,140m

https://www.strava.com/activities/6219544687


Dia 5, Queluz até Taubaté

BikingMan Brasil - Queluz>PNI>Taubaté - 227

Hora de acordar cedo (3 horas da manhã), mas pra quê tão cedo? para dar tempo de finalizar a prova ainda na sexta-feira, que loucura, parece fácil, mas tinham vários morros no caminho, na verdade um de 30 km, e o cansaço acumulado, claro, porém cada esforço valeu a pena, cada vista e lugar bonito que a bicicleta me levou e a competição permitiu que a gente visitasse como parte do trajeto que só indo pra ver e sentir.

Como saímos muito cedo o cafè da manhã do hotel foi dispensado, tinha vending machine no hall mas acho que passei batido, no máximo tomei um café cortesia que a recepcionista ofereceu, com luzes acessas partimos em direção ao parque nacional do Itatiaia, logo adiante, antes do acesso à subida, tive que parar pois o GPS estava piscando vermelho, eu havia trocado as pilhas, troquei novamente, mas percebi que poderia ser um ponto de sombra, o Pupo havia continuado, fui subindo sozinho e imaginando achar algum café aberto no caminho, grande ilusão, pois era muito cedo, fui subindo, alguns atletas me passaram, haviam deixado a bagagem no hotel, subiram leves, o check out era as 12 horas e iríamos passar por ali na volta, nem pensei nisso ou se pensei queria evitar parar na volta, segui adiante, encontrei o Pupo e mais um atleta, subimos juntos até a entrada do PNI, ali já tinha uma lojinha aberta, foi o momento de tomar café, comer pão de queijo e se preparar para o trecho de gravel de 15 km para subir e depois descer até aquele café novamente. Não chovia, o tempo estava ótimo!

Comecei a subida até a portaria do PNI, o terreno estava bom, no caminho eu encontrava atletas descendo, até que encontrei o Fred, ele estava muito bem, parou e nos abraçamos desejando boa continuidade na prova e felizes por se ver, até então não havia reencontrado ele desde a largada, e eu havia feito aquele trecho de reconhecimento com ele, bem, segui adiante e encontrando outros atletas, parei para conversar e logo segui até chegar ao PC3: 

Vista do alto do Pico do Itatiaia/SP


PC3 - Placa na portaria do Parque Nacional do Itatiaia/SP
um pouco da vista lá de cima!

Foi hora de descer, mas o terreno que estava bom pra subir estava mexido, o pessoal da manutenção estava passando trator e deixou a terra solta e fofa, alguns trechos ficaram ruins, mas era descida, logo cheguei novamente na loja e tomei outro café, comi, etc, pois o trecho de subir e descer leva umas 2 horas, também conectei no wifi, recebi informação que um caminhão na serra estava pegando fogo, pista bloqueada, fiquei um tempo ali mas depois decidi descer e ver se conseguia passar, cheguei e o fogo estava apagado e o bombeiro deixou eu passar pela pista, segui adiante, só ladeira abaixo, o trânsito de carros conduzia meu ritmo, logo saímos do asfalto para terra/gravel e ao final passa novamente pelo graal queluz, passei direto, mesmo sendo 12hs e quase com fome, segui pela rodovia e uns 13 km adiante pega outra estrada de terra, o sol pegando!

No caminho acho um sorvete esperto tipo americano, foram 5, mas eu tinha que seguir adiante e sentido Cruzeiro/SP, chegando por lá encontro o Pupo e outros atletas, paramos para tomar açaí, comer salgado e hidratar.

em Lavrinhas/SP

De Cruzeiro em diante fui administrando o ritmo, estava bem cansado, desidratado e com fome, tive que parar muitas outras vezes, tipo a cada 30 km, foi complicado, faltavam 100 km, não parecia muito mas o calor estava bem forte, tive que parar em Lorena e refrescar, depois em Guaratingueta e seguir mais a noite por Pindamonhangaba até chegar em Taubaté pelas 20hs, acho, mas os trechos finais não eram fáceis, tinham pequenas subidas que para o acúmulo de quilometragem e dias no selim já era algo que incomodava, a cabeça só queria chegar e chegou ao fim!

Resumo do dia:

  • 227.48km
    Distance
  •  
  • 12:28:25
    Moving Time
  •  
  • 3,351m
    Elevation
    https://www.strava.com/activities/6219543555








em algum lugar no trajeto do BMB








Serra sentido PNI

algum lugar mágico do caminho;







paradinha para adimirar a vista, sentido RJ

um pouco de lama faz bem, neh?!

abastecimento raiz

no trilho do trem de Salesópolis/SP (Daniel Venezuela/Pupo/Eu)

o tal do beco pra chegar no trilho, passei 3 vezes e não achei...

parada para almoço, descanso e limpeza após muitas horas de chuva e barro - próximo à cachoeira dos pretos; Restaurante dos tropeiros;

furo pré-prova, fomos dar uma volta e já testei a fita anti-furo, não funcionou neh.


parte do check in, instrução sobre o GPS rastreador SPOT;


fila de espera do check in BMB 2021

nr 177

briefing/ instruções sobre a prova, regulamento, etc

MTB ou Gravel? teve até Speed no BMB