Vamos do início, nem dormi na véspera, estava pilhado, não tem jeito, cada prova é uma prova, na véspera já tratei de trocar os pedais da bike, usamos como estratégia o pedal comum para não ter que carregar sapatilha e/ou tênis extra = peso extra, além de eu ter que fazer a revisão na passagem das marchas e a lubrificação da corrente lá pelas tantas da noite, também troquei os pneus slick´s pelos de cravo, só que montei o dianteiro errado, com o sentido de rodagem invertido, aí ficou para eu arrumar no sábado mesmo, dia da prova, antes da largada.
Amanheceu e fui encontrar meu amigo Nilson para irmos à prova juntos, ele me seguindo de carro e teve a curiosidade de fotografar o meu bom e velho fusquinha na estrada à caminho de Ribeirão Pires para mais uma prova;
Chegando no local do evento já encontrei com a equipe e levei minhas tralhas para perto do carro base, ficamos por lá arrumando as coisas, verificando o mapa, trechos, distâncias e equipamentos, a ansiedade estava forte pois seria a 2a etapa e pelo mapa parecia que ir ser bem difícil, e foi!
A largada para os quartetos foi separada, sendo 2 iniciando com corrida até o posto 1 para pegar o caiaque e os outros 2 aguardariam uns 40 minutos para largar de bicicleta, neste caso eu e o Dacio ficamos para o pedal e o Cassio e Robson foram para o caiaque.
Um registro da bomba que ajudou na troca e calibragem do pneu, além do camelbak e capacete, itens indispensáveis para este tipo de prova;Esse foi o mapa que recebemos, aqui ainda não está marcado com as quilometragens e trechos, mas nesta etapa foram 10 PC´s (Posto de Controle);
Bem, iniciando a prova o Cassio e Rob foram correndo para o caiaque e eu fiquei aguardando a largada de bike junto ao Dacio, as 9:30 foi dada a nossa largada com o carro madrinha, seguimos pelas ruas do bairro sentido à estrada, após este trecho seguimos sozinho até o PC1 para encontrar o final do caiaque, as equipes que chegavam deveriam subir barranco acima com o caiaque e eu tratei de descer o barranco para auxiliar a minha equipe, mas enquanto eles não chegavam eu ficava ajudando as demais equipes que chegavam, muito barro e muita gente escorregando, nossa dupla chegou após alguns minutos e quando chegaram já informaram que nosso ponto fraco é o remo, kkkk, essa experiência eu tive na outra etapa e é bem difícil remar em caiaque duplo, enfim, subimos o barranco e começamos o trecho de 14 km até o PC2, só que para chegar lá só tínhamos 2 bikes e éramos 4 atletas; O que fazer? bem, 2 corriam e 2 pedalavam, mas nas descidas valia a carona no canote da bike, depois copiamos uma estratégia de outras equipes, enquanto um corria o outro pedalava bem pra frente e largava a bike aí o corredor chegava e pegava a bike e pedalava ultrapassando o outro corredor da equipe e se repetia até chegar ao próximo PC, recuperamos algumas posições e o próximo PC seria todo em corrida em estrada ou trilha.
Do PC3 ao PC5 eram só em trilhas, entramos em uma trilha e nos deparamos com muito mato, barros e obstáculos, haviam outras equipes junto de nós, acho que isso nos atrapalhou um pouco na navegação pois erramos uma entrada e seguimos por outro caminho o que nos atrasou em 1:30, ficamos perdidos e caminhando no rio, até que o Cassio que é o nosso tutor sugeriu voltarmos tudo e redirecionar o mapa utilizando a bussola, deu certo, chegamos ao PC3 e posteriormente seguimos ao PC4 que era o rapel, mas até chegar ao rapel passamos por muitos obstáculos, mata fechada, bastante emocionante e em meio a natureza intensa.
Aqui eu ligando a GoPro para filmar a descida;
Após o rapel voltamos às trilhas, caminhando nas águas geladas ou em trilhas beirando o rio e cachoeiras, muitos escorregões na lama e muitas risadas também. Passamos no PC4 e seguimos de volta à estrada para pegar as bikes no PC5, hidratamos e seguimos para o PC6, este PC ficava na trilha da macumba, chegando nesta trilha e ficamos animados pois seria um pedal em trilha com lama, mas não durou muito tempo pois já encontramos jipes e muita lama, muito facão e água acumulada o que não permitiu grandes pedaladas, era mais empurra, puxa e escorrega na lama, mas estava divertido e desafiante ao mesmo tempo.
Segue algumas fotos que consegui tirar dos trechos de muita lama, algumas só empurrando a bike pra passar, eram tão profundas e escorregadias que até a pé era difícil passar...
+ barro;
+ barro;
alguns sorrisos, bom humor e muita dor (câimbra);
Após o PC9, paramos um pouco para descansar e tentar chegar no PC10, só que não rolou, a noite já estava chegando, o frio e cansaço também...
Um pouco da situação que ficamos após a última trilha, agora era só asfalto;
paramos no posto de combustível para o Rob descansar um pouco, fortes câimbras e uma coca-cola gelada para ajudar na recuperação da equipe, faltavam 4 km para chegar à cidade;
Assim ficou meu tênis (presente na namo-esposa), muita tração, conforto e segurança nas trilhas, mesmo assim minha unha não resistiu, kkk. :(Após quase 10 horas de prova e mais de 45 km rodados (fizemos a categoria Sport 35 km), chegamos ao final da prova, com muitas estórias para contar e experiência, erramos e acertamos, sabemos que não é só correr e ser rápido, temos que navegar e ter calma e foco, respeitar os limites do seu corpo e respeitar os limites do parceiro, apoiar e estimular os parceiros, quando tudo parecer estar perdido o melhor é se acalmar e voltar ao último ponto de origem e recomeçar, isso é prova de aventura, isso é o Haka Race!
Obrigado equipe CaWiRoDa por mais esta prova e experiência!
Abs,