segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Caminho da Fé 2019 - Parte 2 - Bicigrinos de Borda da Mata até Campos do Jordão

Feriado de São Paulo, fomos ao caminho da fé concluir dois trechos que estavam faltando, diga se de passagem que eram os piores de todo o caminho, por conta da inclinação e altimetria, seriam 80 km no primeiro dia, saindo de Borda da Mata até Paraisópolis e mais 60 km no segundo dia, saindo de Paraisópolis até Campos do Jordão, pegando e/ou subindo a tão falada e temida Serra da Luminosa;

Dia 1 - De Borda da Mata até Paraisópolis

Duas Serras neste dia, a primeira foi a da porteira do céu e a segunda a do caçador, muita subida mesmo, pegamos tempo fresco no início da manhã mas logo veio o calor e a tarde, pelas 15hs, começou a chover, ficamos embaixo de chuva por 5 horas, muita lama no caminho onde os pneus viraram biscoitos e travavam as rodas, difícil pedalar sem ter tração nas rodas e então tivemos que empurrar em alguns trechos e até descer empurrando pois havia muita lama mesmo, faltando alguns quilômetros para Paraisópolis decidimos ir pela estrada de asfalto pois não havia condição de pegar a parte final pela terra e já estava escurecendo, usamos nossas lanternas e chegamos pelas 21:30 no hotel, muita superação neste dia pela adversidade do clima e terreno que pegamos mas foi uma experiência ímpar!

Dia 2 - De Paraisópolis até Campos do Jordão

Aqui apenas a Serra da Luminosa seria o desafio principal, mas não, todo o caminho tivemos grandes subidas e também problemas para pedalar, o tempo estava bom em 80% do caminho, a terra estava úmida e também pegamos trechos com muita lama sem ter tração pra pedalar, descidas insanas, com lama ou com cascalho, tenso descer muitos trechos, usamos todos os freios e eu particularmente fiquei sem o freio dianteiro. Eu segui de Luminosa até Campos solo e com chuva, pois chegamos em Luminosa com chuva intensa, bem, comecei a subir e havia tanta lama que nem os meus pés conseguiam tracionar para empurrar a bicicleta morro acima, as rodas travaram 100% de tanta lama e grama acumulada e a chuva caindo na cabeça, parava e respirava, tirar o acúmulo de barro e grama para a roda girar por 5 metros e parava novamente, a inclinação era insana mas eu persistia e acreditava em passar por aquele estágio, fui indo e à frente encontrei dois casais, eles carregavam as bicicletas suspensas em dois e voltavam ladeira abaixo para pegar a outra, neste meio tempo nos conhecemos e nos ajudamos, puxando com corda ou carregando as bicis, no alto a vista era linda apesar do tempo ruim e então seguímos até o restaurante que fica no vale em meio a serra, lavamos as bikes pra tirar o excesso de barro, eu apenas tomei um refrigerante e me despedi do pessoal e segui, pedalei por alguns metros e tive que empurrar, novamente sem tração e com inclinação insana, realmente empurrei muito, a chuva deu uma trégua e pude tirar a jaqueta pra ventilar melhor, o caminho foi muito desafiador, muitas subidas adiante consegui pedalar e superar mas aí a bicicleta já estava com a corrente seca e gritando, o freio dianteiro acabou e o traseiro também, fiz uma pequena regulagem de aperto e voltou o curso do freio traseiro que me permitiu descer alguns trechos com mais segurança, cheguei na cidade de Campos pelas 18:30 direto para o último apoio ao peregrino para carimbar e em seguida para o hotel para encontrar a namo-esposa Tathi.



Saindo de Borda da Mata - 25/02/2019


Detalhe no caminho
Ponto de apoio voluntário, entre e sirva-se de água fresca, obrigado!

Porteira do Céu, zerei, vista linda e um banquinho para descansar, novos amigos de jeep ali!

Tocos de Moji, a bicicletaria que salvou o freio do Vitor, que acabou e o rapaz veio nos atender!

Aqui começou a saga da lama;
Muita lama pra descer, empurra claro!
repare no garfo e na roda traseira, lama + lama;


Hotel em Paraisópolis, apoio nota 10 e parceria com os peregrinos! Dia 26/01/2019, saindo sentido Campos do Jordão;

Um pouco de asfalto e descida, só uns 5 kms, rs...

Descida com lama, claro;

De passagem;


As belezas do caminho, tem que sorrir!

Cantagalo, uma pequena vila com charme e suporte!

Olhe a placa da descida, e com lama claro, drifting que fala? nós também fizemos na lama;

Cidade de Luminosa ao fundo; Recomendo a Padaria Luminosa, atendimento excelente, a melhor coxinha do universo e parceria com o peregrino!

Aqui já superado uma parte da Serra da Luminosa, com muita lama e empurra empurra de bike;

Respira e empurra!

Respira e empurra!

Não para, empurra!

Um pouco mais de lama e empurra empurra!

Aqui acho que foi o fim da Luminosa, faltando 21 km para Campos, ufa, #sqn
Isso aqui é o que fizemos e subimos, com chuva!

Missão Caminho da Fé concluída, foram 2 viagens para concluir esse caminho com muitas estórias, desafios, superação individual e aprendizado!






revisão completa com troca de pastilhas e rolamentos traseiros que estavam secos e gritando!

segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

BRM 400 - Guararema/ SP - Randonneurs Mogi das Cruzes


BRM 400 realizado pelo Randonneurs Mogi das Cruzes

Frio na barriga na semana e na véspera, arrumei tudo na sexta-feira a noite, fui dormir mas não dormi, rolei a noite toda na cama, rs...

"Acordei" as 3 da madrugada e peguei a bike e as tralhas pra viajar até Guararema, 1h:30m da Capital de SP dirigindo, estrada tranquila, ritmo tranquilo, parei pra tomar café na estrada e segui para o PC zero com 2 horas de antecedência mas perto das 6 horas da manhã já começaram a chegar os demais ciclistas e então comecei a me arrumar para me apresentar ao organizador e esperar o briefing e a largada, que ocorreu às 7h:17m.

Liguei meu gps bryton (xing ling) e saí com o grupo, seguindo o ritmo deles, pois eu ainda não tenho experiência em ritmo vs distância e então acaba sendo uma estratégia andar perto para eu não abusar e quebrar no ritmo, logo pegamos a estrada e o ritmo rendia mais, o grupo já começou a separar e eu fui no ritmo que achei adequado e acabei me distanciando, logo à frente encontrei alguns speedeiros e fiquei com eles até quase Piracaia (96 km), meu pneu furou na estrada e dois deles ficaram comigo (solidários), e neste meio tempo alguns randonneurs me passaram e eu indiquei que estava tudo bem, uns 10 minutos de pneu trocado e tralhas guardadas, mas em alguns kms adiante um dos speedeiros furou e eu fiquei ajudando também, gentileza gera gentileza, após alguns kms reencontrei os randonneurs William e Karin, agradeci a parceria dos speedeiros e voltei ao grupo menor, comprei um refrigerante e água neste momento/ posto, o calor logo chegou e eu já estava protegido com protetor solar, o vapor quente vinha do asfalto e de cima o sol era individual, a água que estava congelada logo esquentava, seguimos até o PC1, foto rápida para não perder o horário, refrigerante, água, salgado de frango e bolacha deixada por outros randonneurs, na volta ao pedal outros estavam chegando e nós partimos dando um alô;

Seguimos para o PC 2, que seria o letreiro de Joanópolis no trevo, mas até lá algumas subidas e alguns planos para relaxar as pernas ou pequenas descidas que foram bem aproveitadas, certamente, claro que sim, rs. O pedal rendeu do PC 1 ao 2 pois apenas alguns kms entre um e outro, 34 km em 1h:30m, rs...até falamos sobre tomar um tal caldo de cana se aparecesse, e apareceu adiante e claro que tomamos, 300ml com chorinho virou 500 mls de glicose na veia com gelo, uma pequena parada no meio do calor das 13hs, reencontramos alguns randonneurs ali e outros chegando, no reunimos um pouco e dali do caldo partimos para mais um PC, seriam mais 80 km até Monte Verde, logo na saída uma serrinha e eu fui à frente e comecei a me distanciar e encontrei outro randonneurs adiante, apertei o passo e me juntei à ele (Wagner), conversamos muito durante o pedal, aprendi muito com ele, na serra para monte verde meu pneu furou, eu estava um pouco adiante e ele parou pra me esperar dizendo que estava aproveitando para descansar também, o Elton também se juntou à nós nesta serra e com meu furo ele seguiu para chegar e descansar no PC de Monte Verde - Galinha da Roça, em 5 minutos troquei a câmara e seguimos, caminhei na subida por alguns instantes, eu estava acabado por conta do calor e fome mas não aguentava mais tomar gel, e chegamos no PC eu não falei nada mas estava desenganado, queria desistir, porém como ali era metade do desafio, ficamos por quase uma hora e pude comer comida decente, lavei a cara e a alma e me recuperei para fazer mais 200 km, sabia que o pior em relação à subidas já havia passado, enquanto estávamos ali outros randonneurs chegavam, fomos muito bem atendidos no restaurante, obrigado! A organização da prova também estava por lá, dando apoio moral, que vale muito, obrigado!

Hora de voltar, já era tarde mais ainda claro porém o farol estava pronto para ser ligado, o colete refletivo vestido e a capa de chuva também, sim, choveu um pouco assim que estávamos chegando e parecia que ia chover mas não choveu, cozinhei na capa até tirar ela em definitivo no PC 4 (M&M), rs; a serra que subimos agora era toda descida, velocidade alta e curvas fechadas igual vento na cara, pernas relaxadas e atenção pra não fazer besteira, um tobogã atrás do outro, só felicidade em girar rápido e passar por obstáculos, mas sempre após uma descida vinha uma subida, sem isso não tem diversão, segui com o Wagner até o PC4, Molon & Molon, novamente, 100 km juntos, e ali tomamos mais um tempo pra comer, beber e até um cochilo de 15 a 20 minutos, enquanto carregava um pouco do meu mini powerbank! Quando estávamos levantando pra ir embora chegaram mais três randonneurs (Sr. Orta e depois Karin e Samuel), Sr. Orta foi embora logo, os outros pegaram água e foram ao banheiro, acho, e sairam com a gente, seriam dali para o PC final mais 95 kms, porém encontramos mais alguns randonneurs dormindo no outro posto Molon e eles ficaram lá e eu segui com o Wagner, fomos juntos até grande parte do trajeto até que tivemos a cia daqueles randonneurs que estavam dormindo (Cabeção e outro, esqueci o nome), chegaram em nós e seguimos até o posto Chaparral para uma última parada, faltariam mais 54 km para o final, ali no posto ficamos todos em uma mesa, Sr. Orta também ficou conosco, faltou a Karin e o Samuel, demoramos um pouco, já estava claro e o farol e colete refletivo não eram mais necessários, apenas luz traseira dia e noite, saímos todos juntos e em alguns kms adiante avistei a Karin e cheguei, ela e o Samuel haviam parada pra comer pizza, mas o pneu dele furou e ela seguiu, dalí em diante seguimos os três juntos, eu, Wagner e ela, contando os kms finais, com direito à sprints, choro e sorrisos ao final de 400 kms.

Sem palavras com o quanto estou aprendendo e com a simplicidade do randonneurs que tenho encontrado, obrigado ciclismo por proporcionar tudo isso!

Items:
colete refletivo
capa de chuva refletiva
cobertor térmico
manguito
GPS bryton
GPS de pulso garmin
2 Power bank - 2.500 mAH / 10.000 mAH
farol 600 Lumens
pisca com bateria 2032
pisca bateria interna USB
4 câmaras reserva
2 espátulas
1 fita isolante
6 braçadeiras de nylon
kit chaves c/chave corrente
canivete
meia reserva
bastão protetor solar e outro liquido
2 caramanhola (1 água e 1 eletrólito)
6 gels
2 bananinhas
1 porção amendoim salgado
cap
capacete
luvas
óculos de sol e óculo cristal/ noturno

Rumo ao BRM 600!

Check list para o desafio BRM 400

 PC - Zero - Guararema/ SP
 PC 1 - Posto Molon - Piracaia/ S`P
 PC 2 - Letreiro Joanópolis/ SP

 Sem PC, mas valeu a foto do Portal de Extrema/ MG
 Sem PC, só uma parada antes de pegar a serra até Monte Verde
 Sem PC, foto do portal de Monte Verde
 PC 3 - Restaurante Galinha da Roça/ Monte Verde/ MG (200 mts após o portal)
 PC 4 - Posto Molon & Molon do Centro de Piracaia/ SP (tentamos dormir uns 20 minutos aqui)
 Passaporte BRM 400
 Passaporte com os PCs e tempo de chegada em cada um deles, conclusão em 25 horas e 8 minutos dentro das 27 horas do desafio.
 Medalha francesa após mais essa conquista!
Aqui o certificado de conclusão do BRM 400