quarta-feira, 28 de agosto de 2019

Incadivide Perú - 2019

Esta prova é de autosuficiencia, ou seja, sem apoio algum, onde qualquer questão mecânica, hidratação, alimentação e hospedagem é por conta de cada competidor!

Esta foi a 3a edição, cada ano teve alguma alteração no percurso, este ano foram 1.650 km e 32 mil de altimetria acumulada para cumprir no tempo limite de 240 horas (10 dias), sendo que temos que pedalar acima de 3.500 mts de altitude por vários quilometros, onde o corpo sofre mais e recupera menos, grandes escaladas no caminho e três PC (ponto de controles obrigatórios), foram 48 atletas de 19 países diferentes, sendo que o Brasil foi com 15 participantes.

Aqui um resumo da lista de itens que levei e que somaram 10.2 kg de carga extra:

qtd itens peso
bagagem
1- bolsa de quadro camuflado 176
1- bolsa guidão camuflado 299
1- bolsa selim/ marimbondo preta 400
1- suporte térmico para garrafa  75
alimentação
2- garrafa água/ plástica térmica 232
1- caneca metal 50
10- carb up gel - aoo e vo2 banana ou melancia, pdal bar 384
1- eletrolitos gu/ 12 pastilhas 72
1- comida liofilizada 271
5- way protein, pq pacotes 137
2- saché pasta amendoin 424
2- saché frutas 265
roupas
2- bermuda ciclismo/ bretelle L´etape ou ... 500
2- segunda pele preta da decathlon 450
1- blusa fleece decathlon vermelha (levei e não usei) 206
2- camisa ciclismo RMC e Brasil 332
1- jaqueta/ blusa térmica Decathlon Sky (levei e não usei) 300
1- corta vento/ chuva decathlon amarelo (obrigatório) 289
1- colete corta vento  114
1- manguito preto curtlo, pernito (levei e não usei) 107
1- blusa intermediária amarelo Brasil (levei e não usei) 195
2- meias - novas/ camufladas 92
1- sapatilha shimano atual 870
1- óculos oakley flight jacket (obrigatório) 65
3- luvas / longa preta + curta + algodão (obrigatório) 138
2- gorro nike + snake 93
1- calça legging da decathlon 200
1- bandana ching ling 30
1- capacete bontrager (obrigatório) 300
devices
1- power bank - anker 13.000mAh ((obrigatório)não usei) 250
1- celular samsung j6 (muitas fotos e comunicação) 152
1- gps bryton e530/ relógio garmin 920xt 140
2- luzes / farol dianteiro gaciron + ion35 + luz traseira (obrigatório) 307
1- carregador de tomada com 2 entradas usd 160
8- pilhas AAA e baterias 2032 (obrigatório) 141
manutenção bike
2- camaras reserva (obrigatório) 300
1- remendo e cola (obrigatório) 97
1 -bomba de ar (obrigatório) 130
1- gatilho co2 64
2- cartucho co2 40
1- selante pneu 55
2- par pastilha - usei após 600 km 52
1- link corrente, cabo freio e câmbio 97
1- canivete suíço 121
1- fita isolante
1- chaves allen / de corrente 279
1- óleo corrente 27
7- cinta plástica/ tairap 10
primeiros socorros
1- manta térmica (obrigatório) 115
1- analgésico, anti-histamínico, Epinefrina e Dexametasona 50

higiene
1 escova/ pasta 52
1 lenço umedecido 84
1 anti atrito/ zero atrito 79
1 protetor solar 125
1 repelente orgânico citronela 41
1 sabonete, desodorante, cotonete 106
1 pomada dermatologica/ hipoglos 92


bike embalada para viagem;

processo de embalagem da bike para viagem;

foto da bike de frente;

foto da bike de lado;

roupas e itens já embalados para colocar no seatbag;

detalhe do suporte de farol dianteiro (adaptação com uma rolha de champagne)

processo de check list do que levar/ roupas

processo de check list do que levar/ comida, equiptos, etc


A prova teve início dia 14 de Agosto, eu cheguei dia 12 a noite, fiz a vistoria da bike dia 13 e pelas 16hs tivemos o briefing da prova, falando dos pontos importantes, segurança, rota, PCs, GPS, etc.

A largada foi as 5 horas da manhã em frente ao Hotel Costa del Sol lá em Trujillo, todos preparados, luzes acesas e empolgação, saímos em comboio até uns 30 km com carro madrinha e depois cada um entrou em um ritmo, até o km 160 fui com alguns amigos, paramos para almoçar e saímos juntos por alguns kms e depois eu segui meu ritmo, ficando sozinho por uns bons kms até encontrar mais à frente o F.Ferrari e então formamos uma parceria para seguir adiante por alguns dias, compartilhando experiência e estratégias para chegar aos destinos diários.


bib #23




Um pouco dos dias:

Dia 1 (14/08): 280 km de Trujillo até San Juan, conhecendo a cultura alimentar da região e aproveitando as paisagens lindas, o povo acolhedor e alegre, feliz por estar aqui. Estamos em altitude de 2.300 mts, poucos sintomas da altimetria e que siga assim com o corpo adaptando metro a metro. 48 atletas de 20 países, todos amigos e a ajuda é recíproca!

Este dia foi 100% asfalto, saindo do nível do mar até chegar em San Juan onde haviam vários outros atletas, vimos as bikes em um restaurante, por volta das 21hs, paramos ali e entramos, conversamos um pouco, recomendaram a sopa e pão e também um hostal logo adiante por apenas 10 soles, sem ducha caliente, então jantamos e fomos até o hostal, nos hospedamos, fiz questão de tomar um banho, gelado, tremi pacas mas valeu para descansar o corpo, acordamos mais cedo que a maioria no dia seguinte e fomos até o restaurante novamente para tomar um café com ovos e pão, acho que pelas 6hs iniciamos nosso dia de pedal.

                                                      Quase pronto! No quarto do hotel oficial da prova: Costa del Sol
momentos antes da largada (5am)

muita estrada pela frente... (Luiz Pires)

e para trás tbm...

primeiro almoço local, caldo de galinha, com grãos e milho peruano (160 km rodados);
  





Tembladera, um lago ou represa bem azul...



parada em Chillete para abastecer - 230 km

plaza de las armas en Chilete


Dia 2 (15/08): 210 km saindo de San Juan até Huamachuco, passando por Cajamarca PC1 obrigatório, tivemos o prazer de subir as montanhas com o tempo bom e ver toda a beleza, almoçar uma Trucha Frita na Cidade de Matará/Perú e ao longo do caminho encontrar amigos, também paramos 10 minutos na festa em Cajabamba, música dançante e anunciaram a gente lá e outro ofereceu uma cerveza, mas seguimos pois tinham mais morros à frente e 5 graus congelante de dedos e pés pela frente, kkk.. duro mas igualmente lindo! Chegamos em 3.300 metros de altitude, onde o ar rarefeito é menor e dificulta respirar 😅🤘

Em Cajamarca carimbamos o passaporte e fomos tomar um café da manhã reforçado pois teríamos mais kms para cumprir e grandes subidas, claro, foi um dia longo, almoçamos em Matará, uma trucha frita muito boa com nosso amigo L.Rangel, seguimos e a noite paramos em Cajabamba, uns 50 kms até o destino final do dia, mas o rango não foi o que esperávamos (churrasco de intestino de galinha, com batatas e molho tipo mostarda e maionese) e então tivemos que seguir adiante, fazia muito frio e paramos para tentar hospedar mas tivemos uma recusa de hospedagem em Laguna Sausacocha, não tinha quarto com duas camas e nem queriam arrumar um colchão extra, etc, outras hospedagens não atendiam, era umas 21 hs, bem, seriam mais 10 kms de frio até chegar e se hospedar efetivamente em Huamachuco, ufa, tarde, frio e fome! Chegamos na cidade e logo vimos um Hotel e haviam outros atletas saindo e então pegamos os quartos deles, eheheh, essa hospedagem foi mais fácil, pagamos 25 a 30 soles con ducha caliente! Não jantamos!



com F.Ferrari, subidas e ventos fortes




a primeira grande escalada: Done


ao lado do PC1 - Cajamarca!

Um café da manhã reforçado e uma ótima mensagem para seguir bem o dia!


Deserto e calor!

Sobe e sobe mais 


Parceiro F.Ferrari
 
Parada para almoço, encontramos o L.Rangel aqui (Matará District)








após esta parada descemos alguns kms em alta velocidade, bati 70 km/h e cheguei com o ouvido entupido, rs...




fim do nosso dia, mas seguimos na escuridão!


Dia 3 (16/08): De Huamachuco até Santa Clara de Tulpo, foram 109 km, com muita subida e início de gravel/terra, apenas 5 km de asfalto 😬, mais um dia com belas imagens e conhecendo o povo regional, experiência ímpar! 👍🦙🚴‍♀️

Muitos atletas passaram direto pela entrada da estrada de terra, o F.Ferrari estava navegando bem e não nos perdemos, top!  Mas antes fomos tirar umas fotos na plaza de las armas, todas sempre bem arrumadas e limpas, tomamos um café com ovos revueltos e panes e seguimos o gravel maluco com muita poeira, calor e deserto por muito tempo até chegar em Angarmarca para comprar mais pães e comer e hidratar após uma longa descida de gravel, nada fácil, pegamos vários trechos de gravel onde tinha muito barro e as bicicletas começaram a sofrer, a minha travava a roda de tanto barro/argila e a do F.Ferrari quebrou raio e conseguiu levar adiante até o hostal en Santa Clara de Tulpo, novamente chegamos a noite, cidade toda fechada e não jantamos! Apenas um banho con ducha caliente mas que eu tremia todo para entrar e sair do banheiro que ficava no quintal e sem isolamento, só alegria tomar banho no frio, o quarto era no piso superior com escadinhas de madeira com 90 graus de inclinação, chão de terra batido, etc, pagamos acho que 20 soles; 
plaza de las armas en Huamachuco



café pasado, huevos revueltos y panes

após um riozinho, uma subidinha pra queimar as pernas...




calor e muito gravel

F.Ferrari







Angasmarca, após um downhill longo e tenso por ser em gravel e com ventos fortes

A pedra portal de Angasmarca


tem um campo de futebol ali na cidade!


Aqui já pegamos barro e argila, seguimos no gravel e com as bikes travando...

A lua ali forte nos acompanhando!

Dia 4 (17/08): De Santa Clara de Tulpo até Tauca, 98 km, com gravel ainda e descida e subida em Zig Zag, altitude sempre nos 2.500 pra cima, haja fôlego 😅, sigo em frente e aproveitando tudo que posso até aonde a bike me levar 🚲

Dormi bem, mas acordamos cedo, pelas 4hs, era o momento de limpar as bikes que estavam cheias de argila endurecida, limpar corrente e lubrificar, não tínhamos água e nem comida para comprar pelo horário, tomamos um café improvisado no quarto, pão com pasta de amendoim e alguns goles de água da caramanhola, seguimos então, e para sair da cidadezinha já era uma subida enorme, mas logo adiante teríamos uma longa descida em zig zag e outra para escalar, paciência e cadência, até chegar em Pallasca, outra escalada longa, a bike do F.Ferrari começou a pegar a roda no quadro por conta do raio quebrado, ele disse pra eu seguir adiante que ele iria tentar resolver ali em Pallasca, eu segui, mas depois fiquei sabendo que ele teve que desistir por problemas mecânicos, não havia nenhuma loja para reparo, uma pena! Eu segui até Cabana District, cheguei pelas 16hs lá, paguei a hospedagem, dei uma volta na cidade, comprei água, sorvete, mas senti que deveria seguir adiante e então me arrumei e segui até Tauca, 20 kms apenas, no caminho encontrei com o Mixirica, avisei que faltavam 5 km para cidade e eu segui, me hospedei no Las Vegas Hotel (30 soles), encontrei com outros atletas, L.Rangel e C.Pupo e um gringo, ali consegui enfim jantar, uma sopa de batata com galinha e macarrão, revigorante! Tomei meu banho com ducha caliente e fui deitar, mas era final de semana e a cidade estava em festa, resumo, música alta até as 4 horas da manhã, dormi umas 2 horas, me arrumei as 6 hs, desci e tomei um café pasado com pan (2 soles), peguei minha bike que estava no quarto do C.Pupo (fiquei no 2o piso, não queria carregar peso), limpei e lubrifiquei a corrente e seguimos juntos até a saída da cidade, fazia frio mas logo esquentou, parei para guardar roupas e eles seguiram seus ritmos.
Hotel com o chuveiro no quintal, a entrada parece uma caverna até chegar ao fundo!

contemplando o zig zag a ser realizado ou já realizado, não lembro mais, rs.



parte de baixo do vale do zig zag!

5 graus neh?!


detalhe ao fundo da foto, muitos zig zag

já subi mas ainda tem mais! Pontinho ali é o F.Ferrari!


Passando por pequenas cidades! Oportunidade para abastecer mantimentos e água!

  
brisa, sombra, comida e paisagem!







sombra para se alimentar um pouco! sem almoço ainda! vai no improviso!



jantar em Tauca no Hotel Las Vegas!

Dia 5 (18/08): De Tauca até Huallanca, mais 158 km pra conta e escalada até 3.350 metros, phoda, 😬, descidas tensas também e calor de 34 graus hoje, cada vista e estórias desse povo lindo, hoje foi emocionante 😍, !
@sosbikemovel o cabo do sti quebrou, mas eu aprendi com vcs e consertei 👍

Seguindo o roteiro, mais gravel, a bike já estava sofrendo um pouco, fazendo barulho no STI direito em cada passagem de marcha, até que PÁH, o cabo estourou após passar Llapo e próximo a Yupan, bem, eu levei cabo reserva, apenas torci para não ter quebrado muito justo no STI a trava pois seria complicado tirar, mas com calma troquei o cabo, regulei a passagem de marchas e consegui seguir, fazia muito calor, parei algumas vezes na sombra para comer e hidratar, chegando em Yupan consegui comida boa, frango, arroz, batata frita e refresco por 6 soles, também comprei banana, mandarinas, água e atum, fiz amizade com as crianças e pessoal dalí, eram 15:30 já, segui meu caminho após me recuperar, logo adiante, 1 hora após, a estrada deixou de existir, talvez por causa de terremoto, segui ao lado por um single track e após 1 km, acho, a estrada apareceu novamente, nestes últimos trechos pegamos estrada asfaltada, segui e cheguei em Huallanca pelas 20 hs e encontrei o Mexicano León e a organização da prova, nos hospedamos (30 soles) e jantamos ali na barraca em frente mesmo, pollos broaster con papas fritas y ensalada y inca kola por 9 soles. Tomei minha ducha caliente, essa sim estava quente!





em Llapo

ainda em Llapo
chora cabo do STI, aqui já efetuando a troca pelo novo, com calma!


respira e arruma isso aê! eu estava preparado, ufaaaa...

e as subidas continuam, calor demais neste lugar!

mais um campo de futebol na pequenina cidade!

mais zig zag pela frente!




um pouco de sombra não faz mal!

pista interditada? rs


3.300 mts de altitude!


no alto de um dos picos e aqui começava novamente o asfalto com uma grande descida e ventos fortes e gelados, coloca o corta vento e vai meu filho!

cordilheiras ao fundo, motivo dos ventos gelados!


refeição salva-vidas em Yupan! 16:30 +- e foi o momento de repor água e mantimentos!

amigos de interesse, queriam meu frango!

comeu e foi embora, kkk

cadê a estrada? talvez o motivo tenha sido um terremoto e a estrada inteira cedeu


perigoso este trecho, estreito e escorregadio! single track forçado!

de volta à estrada após passar por single track, barro, água, etc


fim do sol, daqui em diante no escuro até o destino final do dia!



Dia 6 (19/08): De Huallanca até Carhuaz, 77 km até o PC2(10:30), depois parti para a escalada de 50 km até Punta Olímpica com 4.750 mts de altitude 😬, porém não consegui avançar hoje, altímetria me pegou com 4.000, faltavam 18 km para concluir e descer 30km do outro lado! Ainda estou na prova e avaliando nova tentativa; fotos do Cañon del Pato e das Cordilheiras Peruanas; frio de 5 graus e calor de 42 e depois 15 descendo do Parque Huascarán/punta olímpica;

Acordei pelas 4 horas da manhã, tive que limpar a bike, ainda com argila, limpar e lubrificar a corrente e trocar as pastilhas de freios, eu levei 2 pares, ajustei tudo e saí pelas 5:00, logo no início uma bela subida até chegar ao Cañon del Pato, com 37 túneis, apenas 1 carro por vez, mas era cedo e quase não haviam carros, mas o frio e o vento forte estavam lá, cuidado para transitar e com luzes sempre ligadas, só asfalto, falso planos e algumas descidas, fazia 8 graus e eu estava já acostumado mas em alguns momentos tive que colocar mais roupas pensando em não ficar doente na prova, logo adiante já avistava as montanhas geladas dos Incas. Segui pedalando e parei na primeira cidade que pude para comprar pães, suco, chocolate e segui e mais perto de Carhuaz e tomei um café pasado con panes e então cheguei em Carhuaz pelas 10:30hs, era o PC2 e 3, não almocei, fiz uma consulta se deveria subir até Punta Olímpica e avançar até a meta do dia, pelo horário, pois são 49 km de subida e levam 6 a 8 horas de pedal, segui então, peguei 42 graus durante o trajeto, encontrei o León no caminho, fomos juntos por alguns kms, mas aos 4 mil metros de altitude senti, avisei o León e ele foi, eu desci por segurança e voltei para o Hotel Torrecitas (30 soles a diária), jantei com outros amigos alí, o L.Rangel estava lá, havia sofrido acidente no Cañon del Pato (forte vento derrubou ele - teve que sair da prova); Eu estava com certa vantagem de km vs dias de prova e então foi dia de descansar e pensar em tentar nova subida no dia seguinte, afinal eu havia dormido em 1.500 mts e cheguei em 4.000 mts em poucas horas!


vista de Huallanca pela manhã após escalar uma bela subida de aquecimento - 5am

Cañon del Pato com 37 túneis;



só parei pra comer, tinha uma queda d´agua, mas não tomei água! (não arrisquei em nenhum momento)

um pouco de descida né?! mas e o vento contra?

mais subida, e essa placa com o carro empinando, affff


mais cordilheiras congeladas ao fundo!



Cheguei, poucos metros para o PC2 - Carhuaz

iniciando a subida de 49 kms até o Punta Olímpica





Cidade de Chillas, após 10 kms de subida! Local para abastecer com água e mantimentos!

chora que a altitude está apenas aumentando! cadê o oxigênio ?

respirando ou tentando...

aqui foi meu limite neste dia, 4.000 mts de altitude! sem fôlego, pernas fracas, respiração estranha!




sentido subida










jantar e descanso no Cesar El Argentino em Carhuaz

recomendo a pizza dele! Ali no centrinho, no calçadão!


Dia 7 (20/08): Tentativa Punta Olímpica - Dia de aprendizado, dia de saber quando parar, fiz nova tentativa de subir 🚲 a Punta Olímpica mas aos 4.450 mts veio o desconforto e tomei a decisão de voltar e abandonar a prova, tem coisas que só vivendo se descobre, tem que ser divertido e não perigoso! Agora é curtir a cultura local e os amigos que aqui estão! Obrigado à todos pela vibração e energia a cada dia, vivi cada km da prova, cultural local e do povo simples e acolhedor! Fotos lá do alto com 5 graus e rajadas de vento frio 😬😍
Pizza e empanada de ontem e almoço de hoje 😋

Este foi mais um dia difícil para tomar a decisão em parar! Acordei as 4 horas sem saber se iria, mas pela movimentação no hotel resolvi me arrumar e ir, não tomei café da manhã, já não teria mesmo e me acostumei com isso, e o jantar de pizza foi intenso, ou seja, eu tinha energia armazenada, rs...

em alguns minutos eu já estava pronto e então parti, estava frio, em torno de 8 graus, subi pelas ruas naturalmente, sem forçar o pace mas também sem estar relaxado, me senti bem e logo cheguei ao guarda-parque, paguei os 30 soles do ticket de entrada, até aqui já foram 24 km e 3.500 mts de altitude, segui pedalando rumo à ponte que leva ao zig zag de 18 kms até o Túnel Punta Olímpica, chegando na ponte já somavam-se 32 km e 4.100 mts, iniciei a subida, no início ainda me sentido muito bem, cada curva era uma conquista mas também o início do retorno do sentimento de cansaço, e então perto dos 4.300 mts já começou, decidi empurrar a bike e alternar entre pedal e empurrar, parei para respirar em alguns momentos, o vento gelado era constante mas eu estava com boas roupas porém o conjunto da altitude e desafio já estavam fazendo efeito, e eu parecia estar com sono, pernas fracas, respiração estranha, não batia o bpm do gps com o que eu realmente sentia. Eu olhava para cima em busca de identificar quantas curvas faltavam para chegar, mas ao mesmo tempo eu mesmo sinalizava estar em perigo! Segui até onde o corpo aguentou e a cabeça permitiu por segurança, eu já estava em 4.450 mts, e então eu decidi voltar e abandonar a prova, foi difícil mas racional acima de tudo, recordo de descer os 47 km bocejando e piscando de sono enquanto contornava cada curva e com um vento congelando meus dedos das mãos. Voltei ao hotel e me hospedei novamente, curti um almoço e os amigos com pizza e cerveja, cada km pedalado foi um sonho, sem arrependimentos e sim apenas conquistas e experiências vividas!



aqui foi o momento de voltar!



tudo o que eu havia subido!


roupas para descer e bora! 4,450 mts de altitude e com sono sem estar com sono, rs

almoço merecido!

um pouco de como ficou a bike, mesmo tirando o grosso da sujeira!




No dia seguinte alugamos uma van por 30 soles cada e fomos visitar o túnel Punta Olímpica e o laguna 69, nevou enquanto estívemos lá!


a praça das arma de Carhuaz



bike após 1.092 km e 25.508 de altimetria acumulada!

alguns momentos em algum lugar da prova;

tienda no guarda-parque, comprando choclo por 2 soles

foto tirada pelo F.Ferrari

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quantos caminhos a seguir!

quanta areia fofa e poeira, affff...pior quando passava algum veículo que a poeira subia!

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