segunda-feira, 29 de outubro de 2018

BRM 300 km - Misto Mairiporã by Randonneurs Mogi das Cruzes

Este BRM de 300 quilômetros terá percurso misto, tendo 120 km de terra e muita altimetria, previsão de 5 mil de altimetria e o trajeto parece ser bem legal passando por diversas cidades.

A largada está prevista para as 00h:01m da madrugada de sexta-feira para sábado dia 27/10;

Por aqui tudo preparado para este desafio, vide fotos:


itens de manutenção, reparo, sinalização e roupa de ciclismo;
alimentação, hidratação e tudo guardado nas mochilas;


bicicleta pronta e com pneus novos da Continental medida 700 x 42, boa rolagem no asfalto e grip na terra;


Cheguei em Mairiporã pelas 18:10hs, muita chuva, e no caminho até lá senti uma dor de cabeça média/forte e um desconforto e comecei a suar frio de pingar e molhar a camisa que eu estava usando, nunca tive isso antes, chegando na cidade fui direto na padaria sagrado pão (PC zero), comprei uma água e tomei um remédio, como a largada seria bem mais tarde, parei o carro em um lugar mais calmo e fui tentar dormir e ver se eu melhorava ou então iria desistir de largar; Pelas 20hs eu já estava me sentindo melhor e decidi sair pra comer algo e ver como meu corpo estava, jantei um hamburger com refrigerante e um milkshake enorme, era tudo ou nada, rs...saí do restaurante bem! Então fui até um mercadinho ali perto comprar água e energético para voltar à padaria e encontrar o pessoal para a largada, chegando lá o Vinicius já estava estacionado e arrumando sua bike e itens, a chuva voltou forte e eu fiquei dentro do carro até parar um pouco e depois arrumei minha bicicleta e as bolsas e fiquei na padaria conversando, já não chovia até o horário da largada;


Largada as 00h:03m do dia 27/10 saindo da padaria sagrado pão:

Sem chuva na largada; 6 ciclistas, sendo 4 com bicicleta Gravel e 2 com bicicleta MTB;

Seguimos em pelotão por boa parte do trajeto, e como a Gravel roda mais no asfalto acabamos nos distanciando das MTBs, no meio do caminho já pegamos chuva e seguimos normalmente, apenas tomando cuidado com os buracos na pista cobertos por poças d'água, algumas lombadas e declives na pista, mas todos pedalaram bem e sem avarias ou quedas, seguíamos para o PC1.

PC1 - Molon & Molon/ Piracaia: com as 4 Gravels;

Chegando no PC1 fui ao banheiro, comi uma torta de frango com um refrigerante e abastecemos de água as caramanholas, dei uma pequena carga no farol para garantir, afinal tínhamos muitos kms pela frente na escuridão da madrugada, continuamos os 4 ciclistas de Gravel até o próximo PC que seria a placa para Joanópolis;

                     PC2 - Placa Joanópolis saída 2 - paramos para aliviar a bexiga e seguimos;

Do PC2 até o PC3 que seria em São Francisco Xavier, seguimos até uma padaria na cidade de Joanópolis, a padaria pão da montanha, lá tomei um café com leite e comi um pão na chapa, e mais água na garrafa e outra passada no banheiro antes de seguir o pedal, já estava claro, 5:40 da manhã, mas dei uma carga no farol e lanterna traseira pois a expectativa de chegada era por volta das 20hs, neste PC chegamos eu e o Vini e em seguida as outras duas Gravels (Elton e Samuel). Saímos todos juntos novamente mas o ritmo do Vini estava forte e os outros dois acabaram ficando um pouco atrás e eu seguia o Vini sempre na roda, rs...
                                         Parada intermediária - padaria pão da montanha;



PC3 - São Francisco Xavier, padaria sol nascente;

PC3 - Após muitos kms rodados na estrada de terra, comecei a sofrer com dores na palma da mão por conta de vibração forte da estrada, cheguei no PC e troquei minhas meias que estavam encharcadas da chuva, dando uma sobrevida aos pés, rs...comi um pão com queijo e mortadela e tomei um refrigerante e mais água na caramanhola, aqui eu só tinha uma caramanhola pois a outra caiu em algum ponto da estrada de terra e eu não vi, algum down hill que fizemos, só loucuras, rs...nova passagem ao banheiro para aliviar a bexiga e saímos para o próximo trecho e PC, que seria no posto Chaparral, quando estávamos saindo chegou o Samuel e depois o Elton, eu seguia na cola do Vini, rs... meu garmin já estava com bateria baixa e a qualquer momento acabaria, liguei o strava no celular para garantir a rota e seguimos. O tempo já estava quente e minha água já não durava tanto, resumo, vivia moderando os goles! Mais estrada de terra pela frente e seguimos nas subidas intermináveis, tive um furo no pneu, enchemos 3 vezes para tentar chegar ao posto, faltavam uns 13 km, e trocar por lá mas não deu certo, paramos na estrada de terra mesmo e trocamos para seguir adiante, também paramos no bar do Peninha/ Faustino, tomamos um refrigerante e o Vini dividiu um sanduíche comigo, não consegui comer tudo, o estômago já estava irritado, mas seguimos pedalando e eu já estava sem noção de km e ficava perguntando quanto tinha de estrada para chegar ao PC4, o calor era de 32 graus, passei um protetor na cara mas não nos braços e pernas, hoje sinto essas queimaduras, rs...


                         PC4 - Igaratá - Posto Chaparral - Minha cara de acabado e o Vini tranquilo!

Do PC4 até Mairiporã, seria apenas estrada com asfalto, até pensei que seria mais tranquilo, mas ali no PC eu não consegui comer nada, apenas tomei um refrigerante, água de coco e mais água na caramanhola, comi forçado um club social que levei e alguns amendoins, enchi um pouco mais o pneu traseiro que havia furado, assim ficaria mais inflado e rodaria melhor na pista, quando estávamos saindo do posto o Samuel chegou novamente, ele não parou e seguiu com a gente, foram muitos kms de subidas e calor, eu seguia o Vini e o Samuel acabou ficando atrás em uma das subidas, neste trecho meu joelho direito começou a doer, eu seguia alternando a cadência e também pedalava em pé, o Vini me esperava em alguns trechos, via que meu ritmo tinha caído, a minha caramanhola secou faltando uns 25 km, ainda tinham muitas subidas, descidas e retas, e eu fui na superação neste último trecho, os últimos kms eram planos e arrumei forças pra chegar com o Vini, que já estava no meu pace e não 100% no dele, agradeço a parceria deste cara ímpar!

Essa foi uma das provas mais difíceis pra mim, primeiro que eu rodei bastante fora da minha zona de conforto e também por ser um percurso misto e eu nunca tinha me "jogado" na terra com uma bike gravel, uma experiência incrível e que ficará na memória!

Parabéns aos participantes e ao Randonneurs Mogi pela organização!


                PC final - Chegamos na padaria sagrado pão - Eu e o Vini Brevetamos juntos!



Na padaria, todos juntos novamente!
Após um banho de gato e guardar a bike no carro, fui tomar um açaí na padaria e esperar o Samuel e o Elton chegarem, os caras da MTB desistiram com 165 km e voltaram de ônibus para Mairiporã e ficaram lá esperando a gente!

A tão suada medalha dos 300 km misto!


segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Pedal Indoor Beneficente - 12 horas

Anualmente a empresa em que trabalho realiza projetos sociais, beneficentes, este ano globalmente estamos ajudando o Médicos sem Fronteiras, e o aplicativo Charity Footprints contabiliza os quilómetros em milhas e depois em passos e que depois vira doação em USD, com a meta de 25 mil dólares. A meta de passos é de 50 milhões e estamos com 38 milhões e poucos;

A idéia de pedalar 12 horas surgiu de 2 exemplos que vi, um em meados de 2011/2012 onde um ciclista ficou 12 horas na bolinha da USP arrecadando dinheiro para seu projeto social, cada um contribuiria o montante que queria, deixando na jersey dele ou na assessoria ali na bolinha mesmo, e o outro exemplo foi mais recente, onde o MTbiker @Brou Bruto Drews fez 12 horas no rolo na calçada em BH, onde os pedestres passavam e faziam doações de brinquedos para as crianças, e então eu decidi fazer as 12 hs de rolo em casa, contabilizando assim quilómetros para ajudar a atingir a meta da empresa no aplicativo.

Peguei um rolo emprestado, montei a bike na lavanderia, tive que colocar um pneu velho pois o que estava na bike inclusive estava rasgado e a câmara furada, resultado do último pedal de 140 km na ciclovia da marginal pinheiros, bem, coloquei o computador na tábua de passar e os suprimentos em cima da máquina de lavar, às 5 horas da manhã levantei, tomei um café simples e me troquei para iniciar o pedal às 6 hs, subi na bike e comecei a pedalar em ritmo tranquilo até chegar no rpm ideal, entre 75 e 85 e bpm entre 90 e 120, vi que seria o ideal e assim foi, em alguns momentos eu girava mais e acelerava mais para dar alguns estímulos e como eu estava usando o aplicativo zwift, eu conseguia me distrair e criar mini disputas por segmentos no percurso, eu também fiquei assistindo alguns filmes no youtube e ouvindo músicas diversas nas rádios online; a alimentação foi pontual, a cada 1 hora de pedal um gel ou pdalbar e a hidratação a base de água e água de coco e uma caramanhola de maltodextrina, algumas bananas e bisnaguinhas com requeijão e goiabada;

Me programei para parar apenas duas vezes, sendo a primeira após 4 horas de pedal e a segunda com 8 horas de pedal acumulado, a primeira parada foi para ir ao banheiro apenas e esticar as pernas no caminho, rs, durando cerca de 5 minutos, a segunda parada foi para ir ao banheiro novamente, trocar um ventilador e reposicioná-lo para ventilar o rolo e o meu corpo ao mesmo tempo, também para passar novamente o anti-atrito, pois com 6 horas de pedal eu já estava sofrendo com o contato do selim, pois é bem diferente pedalar em rolo e pedalar na rua, na rua existe uma divisão mais uniforme entre os três pontos de contato do ciclista com a bicicleta, cito, selim, pedal e guidão e senti que o rolo exige mais do contato com o selim, nesta segunda parada foram mais 5 minutos;

Entre o começo e o final do pedal, fui interagindo com diversos amigos pelo whats app e pelo instagram, compartilhando os resultados parciais e as sensações, e todas as mensagens me fizeram ficar mais forte e resistente, e como o pedal é no rolo, não tem descanso, se parar de pedalar a velocidade baixa e para a contabilização de quilómetros e então eu tinha que pedalar constantemente, sem folgas nas pernas, essa era a maior dificuldade!

Nas últimas 3 horas o corpo já começava a reclamar, pernas com ácido lático incomodando e o suor aumentando, e as mãos, mesmo com luvas, já não queriam tocar o guidão, e o que dizer de encostar no selim? vixi...tive que controlar essas sensações e incômodos e vencendo mini objetivos, hora a hora, até que faltavam 30 minutos e depois apenas 10 minutos até chegar ao final, o último km foi emocionante por estar alí cumprindo um desafio único para mim e que certamente estaria ajudando a causa que abraçamos este ano.

Ah, e no final consegui pedalar 382 km utilizando o garmin como leitor de cadencia, velocidade e batimento, enquanto o aplicativo zwift contabilizou 428 km, utilizando os mesmos acessórios, porém ele considera uma velocidade maior nas descidas e quando tem vácuo, assim indo mais longe, e da mesma forma uma velocidade mais baixa nas subidas, embora meu rpm não tenha mudado.