terça-feira, 4 de novembro de 2025

Bikingman Brasil 2025 - Serra Geral

 Bikingman Brasil Serra Geral

1.000 km com 17.000 de subidas
Prova de gravel : asfalto, terra, pedras, paralelepípedo e até travessia de rio
Autossuficiência na alimentação, hospedagem e manutenção da bicicleta
Local da largada: Orleans / SC



No sábado dia 11/Outubro, fizemos um pedal social, uma volta na região de Orleans, com trecho de asfalto e terra e até ponte pênsil para atravessar, um bom momento para testar a bicicleta, lembrando que alguns atletas levam a bicicleta desmontada e precisam montar no local e testar os apertos, fato de um que pegou um buraco e o guidão baixou.

Foram 51 km e pouco mais de 500 metros de subida acumulada em 2 horas de pedal, com parada para café em Pedras Grandes.
  


Domingo dia 12/Outubro, é o dia de fazer a vistoria nas bicicletas e equipamentos obrigatórios!

Abaixo a lista dos itens, na vistoria eles entregam os kits com número para colar na bike, alguns brindes, o cap com o número do atleta e depois pesa a bicicleta, a minha pesou 16,4kg e tiram uma foto do atleta com a bicicleta.

O que eu levei:
jersey reserva - usei
luva dedo longo - usei
gorro tipo pescocito - usei
meia reserva - usei
farol de cabeça (head lamp) - usei
6 sachés de eletrólitos - usei 6
16 sachés de gel  - usei 15
2 sachés de proteína - usei
2 barras de proteína - usei
3 embalagens de 30g de castanhas de cajú - usei
pomada anti-atrito - usei
pomada Hipoglós - usei
protetor solar - usei
capa de chuva descartável (plástica de 5 reais) - usei
frasco com mistura de detergente, água e lisoform, para higienizar a parte interna do bretelle (apenas 1) - usei
kit primeiros socorros  - não usei
kit ferramentas bicicleta (chaves, power link)  - não usei
powerbank / bateria e cabos usb e usb-c - usei

 

O que é obrigatório:
capa de chuva - usei
blusa de frio - usei
luva - usei
óculos UV - usei
capacete - usei
luz traseira e farol dianteiro  - usei
colete refletivo - usei
manta térmica - não usei
bomba de encher pneu da decatlhon e outra elétrica XPump, kit reparo e 2 câmaras reservas  - usei
celular- usei
gps para bicicleta - usei
tracker da Spot - rastreador da prova - usei
2 caramanholas ou 1,5 litros de capacidade
Cap da prova #96 - usei

Equipamento:
Bicicleta Trek Alumínio 2019
Grupo GRX 11v
Coroa 48/31
Cassete 10/42
Rodas Bontrager
Pneus : dianteiro 40mm Michelin | traseiro 40mm Goodyear
Bolsa de quadro de fabricação caseira
Bolsa de selim da Rinowalk (detonado, colado e costurado)
Bolsa de guidão, chinês (detonado, colado e costurado)
Bolsa de top tube da Choique (comprei no AA Chile)
Sapatilha, North Wave 


Dia 1 : de Orleans, Hotel Real Nob até Praia Grande (13/Outubro/2025) - km 235

Café da manhã no hotel da largada (Real Nob), comi e bebi apenas o necessário!
Largada as 5am, fiquei um pouco à frente, para sair com calma, em alguns quilômetros de asfalto os grupos foram se espalhando, logo chegou um trecho de terra, plano, e encontrei o @Biciados, fiz algumas fotos e vídeos dele,, e, em alguns kms chegamos novamente no asfalto para iniciar a subida da serra do Rio do Rastro, encontrei o Fred no início, fiz um mini vídeo e segui o meu ritmo, seriam 12 km de subida adiante, estava com muito vento na parte do meio para o alto, foi a minha primeira vez ali, a bicicleta entortava na pista com o vento lateral, fui resistindo e consegui concluir sem incidentes, ao contrario de alguns atletas que tiveram pequenas quedas, ao final consegui pegar água em um ponto de fiscalização e segui adiante com vento contra ou lateral no asfalto, algumas subidas e descidas, passei pelo pessoal que parou para abastecer em um posto de combustível, eu tinha insumos para seguir e fui controlando, alguns ciclistas me alcançaram e eu segui no meu ritmo. Adiante parei para almoçar em Silveira, um restaurante apoiando o evento, comida a vontade por 40 reais, comi o suficiente e tomei um refrigerante, mas, antes de sair o motociclista da prov (Race Angel), me perguntou sobre o tracker / rastreador, fomos ver na bicicleta e não estava, então confirmamos que eu havia perdido, o @Biciados, havia visto e avisou o Race Angel ter visto na estrada, e, então entramos no aplicativo para ver a localização, e estava próximo, em uma descida, voltei 3 km para procurar, demorei mas achei, mas fiquei mais de 1 hora nesta busca, encontrei os amigos da Venezuela ali e fomos juntos por um trecho e até chegar no PC1 em Cambará, na Pousada Cape Town, ali eu tomei alguns cafés do @CoffeRunBike, comi algumas bolachas, comprei um sanduíche por 5 reais, descansei as pernas e nos preparamos para sair em um pequeno grupo (5) para enfrentar um longo trecho de gravel, que eram pedriscos que o pneu afundava e era noite, todos de colete refletivo e luzes acessas, até paramos para observar as estrelas com as luzes apagadas enquanto um ciclista se arrumava no trajeto, e então chegamos na pousada, encontrei o Fred e o Juliano que já estavam ali hospedados Comi o sanduíche que havia carregado e tomei um refrigerante, banho, itens para carregar na tomada e dormi, foram 233 km com +4 mil de subidas. Pc1 em Cambará concluído no km 196

  

  

   

  
almoço em Silveira, onde fiquei procurando o rastreador (foto 1)
em busca do rastreador perdido (foto 2)


Dia 2 : de Praia Grande até Igrejinha (14/Outubro/2025) - km 450

Acordei as 4am, meio que combinado com os demais ciclistas, haviam muitos ali nesta pousada, café da manhã com muita comida e bebida, bem servido mesmo, a Sra Alda muito prestativa! 
Como haviam muitos ciclistas, saímos juntos inevitavelmente, acho que estávamos em uns 15, inclusive o Axel, que é o criador desta prova, um bom trajeto plano, filmamos o sol nascendo junto aos arrozais, pegamos a rodovia neste dia, com acostamento, próximo ao pedágio uma atleta (Raíssa) estava com o pneu furado e pediu ajuda, parei adiante e ajudei, colocamos câmara pois o tubeless já não tinha mais liquido e nem o Co2 funcionou para inflar o pneu, usei a minha bomba elétrica da XPump para agilizar, adiante uns 4 kms parei pra abastecer no posto de combustível, comi um salgado e tomei um refrigerante, reencontrei os amigos da Venezuela (Daniel e o Alfredo), seguimos alguns kms juntos, havia um trecho de areia bem chato, pneu dianteiro escorregando ou afundando, segui sem ocorrências, almocei bem em Riozinho (11:20) (30 reais o PF), encontrando mais ciclistas, o Axel e o Vini Jacinta, pois dali em diante teria uma parede para escalar / subida da pedreira (13 km com 1.300 de subida acumulada), depois era descer e chegar em Rolante, onde a associação da cidade estava apoiando os ciclistas com lanches, hidratação, frutas e cuca (torta/bolo tradicional do Sul), e então segui até o destino do dia, Igrejinha, jantei hambúrguer do Madero, as batatas não consegui comer, me hospedei no Ibis Igrejinha (ali tem o Madero, Posto de Combustível, um mini shopping com cervejaria e outros comércios), lavei a jersey no chuveiro para tirar o pó, a bicicleta ficou guardada no salão de eventos no piso térreo, fechando 215 km com mais de 3 mil de subidas.


  

em algum lugar :)

Amigo Daniel da Venezuela


Dia 3 : de Igrejinha até Bom Jesus (15/Outubro/2025) - km 670

Hospedado no Ibis Igrejinha, tomei um cappuccino, ofereceram um sanduíche mas eu não quis, levei as batatas e fui comendo durante o pedal, saí pelas 4am, com 2 ciclistas (Camila e Rodrigo), pela rodovia, em um certo ponto fiquei apenas eu e a Camila, seguimos para Gramado e Canela, escalamos a subida da Santinha, difícil, bem íngreme, parei pra pegar água e a Camila seguiu, cheguei no PC2 em Canela (07:50), tomei café e umas bolachas, seguimos novamente pelas ruas e logo veio a rodovia de pista simples, sem acostamento, alguns caminhões não eram gentis, buzinavam e tiravam finas, a gente ia para o acostamento de terra ou grama, inviável para pedalar, mas eram instantes de segurança, parei em um pedágio para pegar água, logo adiante paramos em São Francisco de Paula para comer e abastecer, pois seria um trecho de terra com 52 km isolado, o sol pegando forte, havia uma dupla ali neste mercado (acho que são de Igrejinha), eles passaram algumas dicas do trajeto e doaram o restante de gelo, fiz um pacote para colocar na nuca e ir refrescante durante o sol que já pegava pelas 11hs, segui com a Camila novamente, encontramos alguns ciclistas que iriam se abastecer no mercado, neste trecho de terra a velocidade até que fluía, mas o meu pneu furou ao passar perto de um armazém dos agricultores (12:00), algum arame no chão causou isso,, o tubeless não funcionou, 2 furos grandes, tentei desfiar esparadrapo e adicionar cola para vedar os buracos, bem, até eu decidir instalar câmara foi 1 hora nessa, fiquei solo e vez em quando andava com alguém, a dupla passou por mim e ofereceu ajuda, mas recusei, ao final cheguei para almoçar no Café Paradouro, encontrando novamente outros atletas, fiquei bastante tempo ali, deixando o sol baixar, inclusive, novamente encontrei os Venezuelanos, saímos juntos mas nos separamos no objetivo do dia, jantamos na Aldeia Colibri, (km 628) uma bela macarronada, salada e tomei um refrigerante (62 reais) (20:11), a noite encarrei a serra e segui até chegar em Bom Jesus, deitei em um banco de praça na avenida principal, pelas 00:30, tentei achar algo no celular para me hospedar, o frio estava aumentando, então eu fui até a UPA,, usei o banheiro e perguntei de hotel, achei (Hotel Dutra), mas a campainha não tocava, dormi na escada até o dono aparecer e então entrei (01:30am), banho quente, cama quente, sem jantar, mas, ufaaa, local seguro para dormir e carregar os equipamentos, foram 228 km com mais de 2 mil em subidas. Pc2 em Canela, concluído no km 501


 

  

  


  

jantar na Aldeia Colibri

Dia 4 : de Bom Jesus até Rio Rufino (16/Outubro/2025) - km 852

Dormi ao som de roncos, mas dormi rápido, levantei as 4am, saí sem café pelas 5am, tomei 1/2 dose de proteína em pó e tinha apenas 500 ml de água (havia sobrado de algum outro momento esse way), um trecho longo de estrada (10 km com 670 de subida), mas logo cheguei no Paradouro, tomei café e comi um salgado, haviam outros ciclistas e um ciclistas me deu bolachas, comi uns e levei outros, ali um atleta esqueceu a mochila de hidratação, rastreador e tudo, avisei a organização, era um trecho de quase 80 km isolado, o atendente do paradouro comentou que ali era um trecho perigoso, que tinha puma na região e havia visto ciclistas seguirem a noite, e o felino poderia atacar algum ciclista, eu só ouvi, segui solo, mas encontrava outros atletas, inclusive a Lili com problemas no pescoço (musculatura fadigada, não sustentava o peso da cabeça e ficava baixo), ela disse que havia pedido para uma pessoa da região comprar um colar cervical para ela e que iria esperar, eu segui sabendo que havia o carro de mídia atrás e outros atletas, segui até chegar ao PC3 em São Joaquim, no Hotel Park, ali encontrei a Camila e outros ciclistas, a maioria saindo, fui carimbar meu passaporte, deixei alguns itens carregando, fui almoçar no rota49 (13:00), 50 reais um buffet a vontade, muitos ciclistas e o pessoal da mídia por lá, voltei e descobri que o ziper da minha bolsa de quadro estragou, peguei uma bandagem deixada por algum ciclista e passei em volta da bolsa e do quadro e resolveu, mas fui durante o pedal ajeitando isso, saí solo e com calma à caminho da rota pela rodovia até parar em Painel para abastecer (17:00), comi um delicioso sanduíche e levei outro, café quentinho, comprei um chocolate "Lollo" e uma jujuba e ao sair, pneu traseiro furado, e a chuva apertou, com calma fiz remendo e segui serra acima, de asfalto, já com a capa de chuva obrigatória e aquela de 5 reais por cima, colete refletivo e luzes, no topo da subida parei em um ponto de ônibus e me dei de presente o chocolate "Lollo", foi uma sensação ótima saborear, depois foi descer até o destino, passando por Urupema e chegar em Rio Rufino, a pousada indicada dentro do posto de combustível estava lotada, mas um ciclistas (Antônio) cedeu um colchão (haviam colocado 2 para ele), e então eu fiquei na cozinha da pousada, com banho quente e cama quente, dia longo com chuvas e perrengues. 
Foram mais 187 km e uns 2.800 de subida. Pc3 em São Joaquim concluído no km 755.

  

  

  



Dia 5 : de Rio Rufino até Hotel Real Nob em Orleans (17/Outubro/2025) - km 1.007

Café da manhã montado na véspera e acordei as 3am, na verdade todos ali reunidos no café, 2 franceses e o Antônio, e, partimos (4 atletas), o último trecho de gravel, quase plano, quase perfeito, antes disso, reparei meu pneu traseiro, câmara remendada, estava um pouco vazio, calibrei com a bomba de mão, mas deixei a bombinha elétrica da XPump da @blacklinegear carregando pois sabia que iria precisar, e segui confiante, frio e neblina, segui sozinho por questão de ritmo, acabou a terra, esse trecho foi bom mesmo, e iniciou o asfalto, ufa, ficou mais rápido pedalar, e chegando em Urubici tentei calibrar o pneu no posto de combustível, mas o calibrador estava fechado, usei a XPump e abasteci a água na praça, tem um totem com água fria e água quente (04:45), grátis, o Sul é diferente, vi isso no posto de combustível perto de Praia Grande, e encarei a serra de 10 km para sair de Urubici, mas o sol nascendo foi lindo e aqueceu o que antes era frio.  Encontrei o Axel na subida, ele me passou fácil, havia dormido em Urubici. Eu apenas seguia até chegar na Serra do Rio do Rastro e poder descer, lembrei de colocar o fone de indução óssea (única vez que usei), e coloquei um blues para ouvir, me emocionei, ouvi música, calibrei o tal pneu mais de 3 vezes, parei na última serra antes de chegar na descida principal, tomei uma laranjinha, tirei a meia, que estava úmida e o calor cozinhando meus pés, pedalei descalço um pouco, depois peguei a meia usada mas seca e vesti, a sensação melhorou, terminei este trecho até chegar na descida da serra (10:50), inclusive calibrei o pneu mais 3 vezes, pois a traseira escorregou descendo e em curva na serra, e fui assim até a chegada. Na chegada muitos amigos e toda a equipe de apoio da prova fazendo festa e barulho, fui recepcionado com um chopp e muita alegria, emocionante concluir esse desafio e fazer parte desta família Bikingman!
Neste último trecho foram apenas 154 km com uns 2 mil de subidas.


  

  

  

   












































Resumo da prova e link do Strava:

https://www.strava.com/activities/16171183716


Lista de Perrengues: 

Dia 1
Esqueci o óculos para usar a noite
Perdi e achei o rastreador da prova: >1 hora procurando

Dia 2
sem ocorrências

Dia 3
Pneu traseiro furado com uns 700 km rodados, o tubeless não segurou, câmara furada 2 x
Perdi um parafuso do suporte garrafa, achei arame e prendi

Dia 4
Sem água e sem comida pela manhã
Bolsa de quadro quebrou o ziper em São Joaquim
Perdi a luz traseira no dia 4 em algum momento, tinha outra reserva

Dia 5
Meia molhada da chuva, cozinhou meus pés no último dia
Pneu seguiu esvaziando

Perrengues sem impedimento de seguir adiante, apenas contratempos.

Mapa e altimetria:

@randonneursmogi