Pois é, esta foi à aventura de bicicleta mais longa que eu já realizei! Tudo começou em meados de Julho ou Agosto de 2010, quando eu comecei a pesquisar sobre cicloviagem ou cicloturismo, vi alguns vídeos na internet, relatos em blogs, dicas, equipamentos necessários e de segurança, as estradas e etc., a cicloviagem é um esporte acima de tudo, esporte esse que teem como objetivo utilizar a bicicleta como meio de transporte para viagens de médias e longas distâncias, com paradas para se alimentar, tomar banho, dormir e continuar no dia seguinte ou até mesmo concluir a viagem em apenas um dia ou em algumas horas, tudo isso curtindo a natureza, eventualmente deve-se resolver qualquer adversidade que ocorra na cicloviagem, também é inevitável aprimorar o autoconhecimento, pois após algumas horas pedalando a reflexão vira um companheiro, estando sozinho ou em grupo, é legal tirar fotos, muitas fotos e filmar alguns pontos interessantes com comentários e informações do local e até mesmo filmar ou entrevistar a pessoas que encontrar no caminho, pessoas essas que normalmente teem o que contar, contar sobre a vida simples, do seu dia-a-dia e até de suas aventuras similares. Serve também para refletir nossa vida "corrida" e que muitas vezes reclamamos. Enfim.
Bem, a bicicleta eu já tinha, uma mountain bike que eu "ganhei" no evento Bike Tour, que é realizado desde 2009 em São Paulo, onde você paga a inscrição de R$ 180 e ganha à bike, capacete, mochila camelback, camiseta e medalha do evento, é um passeio de 10 km por SP saindo da ponte Estaiada e chegando à USP. Logicamente que eu já havia feito algumas melhorias na bicicleta, como rodas e pneus slick 1.5 e trocador de marchas, deixando-a melhor para o dia-a-dia de pedal na cidade.
Com o equipamento principal para realizar a cicloviagem eu comecei a relacionar e cotar os demais itens para realizar essa aventura, tais como:
-Bagageiro: comprei um simples, mas funcional, de ferro fino por R$ 15;
-Alforje (sacolas de viagem para bicicleta): Este item é um pouco caro, mas também duradouro, eu optei por fazer, peguei alguns desenhos e medidas na internet, fui ao Brás e comprei tudo, recortei e com a ajuda da minha sogra e irmã dela conseguimos fazer, chegando bem perto das fabricadas, custo total - R$ 80;
-Roupas: Quanto mais você levar mais pesada ficará sua bagagem, levei 3 camisetas MC, 2 camisetas ML, 1 calça de ciclismo, 1 blusa corta vento, 3 pares de meias, 1 chinelo, 1 toalha dryfit, 1 boné, 5 peças intimas;
-Itens de higiene: barbeador, xampu, desodorante, sabonete, gel;
-Comida: barras de cereal, macarrão instantâneo, gatorade, torrone, carbogel;
-Ferramentas: Kit ferramentas para bicicleta;
-Equiptos de segurança: capacete, luvas, farol, lanterna, adesivo refletivo, apito, óculos de sol;
-Rota de viagem: BR sentido Sul - Régis Bittencourt e BR101 SC;
-Tempo de viagem: 4 dias
-Destino: Florianópolis - SC
Além dos itens é importante relacionar, com a ajuda do Google maps, as cidades e kilometragem que estará às margens da estrada, pois caso necessite parar para pedir ajuda, alimentar-se ou consertar algo na bicicleta, assim você terá mais facilidades de localizar-se. Defina metas diárias de kilometragem, fator importante para concluir a viagem com tranquilidade e tempo.
Feito tudo isso, eu relacionei dia a dia em pequenos pedaços de papel com cidade/km:
Dia 1 - SP - Registro -
Dia 2 - Registro/SP - Curitiba/PR -
Dia 3 - Curitiba/PR - Piçarras/SC -
Dia 4 - Piçarras/SC - Florianópolis/SC -
Dia 5 - Florianópolis/SC - Bairro da Barra da Lagoa/SC -
Eu iniciava minhas pedalas entre 4 e 5 horas da manhã, prevendo tempo máximo para chegar ao destino até as 19 horas, podendo assim chegar tranquilo para me hospedar, alimentar e dormir e também era o tempo de chegar com um pouco de luz natural, pois pedalar a noite não é uma boa idéia, a não ser que esteja bem preparado para isso e para possíveis imprevistos (furo de pneu, chuva, neblina, iluminação adequada, etc.).
Breve relato dos dias:
Dia 1 - Saí de casa as 03:30hs, pedalei em direção a Rodovia Régis Bittencourt, como era dia 21/04 - Tiradentes, a estrada estaria movimentada, o que me favoreceu na Serra do Café, pois o acostamento estava liberado para os veículos, porém buzinavam para eu ir à frente, descida a quase 60km/h, e me escoltavam, após a Serra o trajeto é mais tranquilo e reto, chegando a Registro pelas 16hs, onde eu me hospedei, alimentei, banho e cama para seguir no próximo dia.
Dia 2 - Levantei às 4hs, desci com a bicicleta toda carregada do 1o andar, não tomei café, pois era muito, muito cedo, fui me alimentando enquanto pedalava, sem problemas, seguindo em direção a Curitiba, após alguns kilometros eu avisto a placa anunciando a Serra de
Dia 3 - Como eu peguei a carona com o guincho eu já estava na estrada às 5hs, pronto para pedalar, cheio de roupas, corta-vento, calça, bermuda, meias, pois o frio ainda estava intenso, segui pedalando e pelas 9hs o tempo esquentou, parei e arranquei toda a roupa de frio e guardei nos alforjes, eu estava mais animado por ser um novo dia e por ter passado pela maior dificuldade no dia anterior (relatado no Dia 2), a estrada estava tranquila, consegui me alimentar melhor, parando em um restaurante de posto, o pedal rendeu, porém havia ainda algumas Serras para eu vencê-las, uma de
Dia 4 - Já em Piçarras, posso dizer que 90% da aventura eu tinha conquistado, pois faltariam apenas
Dia 5 - Havia me hospedado no centro de Floripa, mas eu queria conhecer a Barra da Lagoa, então fui pedalando mais
Eu acredito que só consegui concluir as metas diárias de pedal devido ao condicionamento físico, conquistado nos treinos de corrida de rua e a parte psicológica foi importante nos momentos de dificuldade, eu pensava na família e amigos, pensava positivo e que eu era capaz de conseguir e seguia em frente curtindo todos os km conquistados.
Infelizmente meu amigo Cristiano não pôde fazer essa viagem comigo e então eu segui nesta pedalada sozinho, porém, levando a família e os amigos na lembrança. Obrigado a todos pelo apoio!
Detalhe importante é que não choveu enquanto eu estava pedalando e não furou o pneu, o único imprevisto foi uma queda no momento em que eu saia do acostamento para passar uma saída do viaduto (desnível de asfalto), na região de Joinville/SC, a queda foi rápida, o pneu dianteiro escorregou e eu logo estava no chão, levantei rapidamente e segui pedalando, sem maiores sustos ou avarias.
Após 4 dias de descanso eu encontrei o pessoal da Mevilela Assessoria em Floripa para correr a prova de Revezamento Volta a Ilha -
Nesta cicloviagem eu pude curtir momentos e coisas que no dia-a-dia não é possível, dificuldades todos temos, mas sempre temos força para superá-las e seguir adiante.
Aos que se aventure a realizar uma cicloviagem, eu aconselho pedalar no máximo
(Esta cicloviagem está documentada no You Tube: http://www.youtube.com/watch?v=Z4WIcPailB4)
Que tal uma cicloviagem?!
Abs,
Nenhum comentário:
Postar um comentário